18 setembro 2012

FanFic: Forget Me Not - Capitulo 17



Forget Me Not

Autora(o): Juliana Dantas
Contatos: @JuRobsten;
Gênero: Romance, drama, Mistério, universo alternativo
Censura: +18
Categorias: Saga Crepúsculo
Avisos: Linguagem Imprópria, Nudez, Sexo

**Atenção: Esta história foi classificada como imprópria para menores de 18 anos.**

**Pov Edward**

Ela não estava em Nova York.
Assim como não estava em Phoenix. Ou Forks.
Passei a mão pelos cabelos, me sentindo mais frustrado do que nunca.
Pensando se a decisão de ir contra a ideia da minha família de envolver a polícia fora acertada.

–Mas isto é seqüestro! – Esme dissera, enquanto debatíamos, preocupados sobre o que fazer após descobrirmos sobre a fuga de Bella com os bebês.
–Ela apenas foi embora, levando os próprios filhos. – rebati. – E ela foi embora porque vocês mandaram.
–O que podíamos fazer depois de tudo? Continuar mantendo-a aqui e pagando o salário de babá como se nada tivesse acontecido?
–Vocês foram precipitados! Se tivessem me esperado, nada disso estaria acontecendo!
–Calma, Edward. – Carlisle tocou meu ombro. – Não adianta ficarmos brigando agora. Precisamos pensar no que fazer, se não quer envolver a polícia, eu até entendo, mas como é que vamos encontrá-la?
–Bella não podia ter levado os gêmeos! – Esme murmurou angustiada. – Meu Deus, são só dois bebês!
–Ela é a mãe deles! Acha que depois de tudo o que fez, ficando aqui mesmo como babá, ela iria concordar em deixá-los?
–Ela concordou em dá-los a Rose, não tem mais direitos sobre eles.
–Rosalie não está mais aqui! – exclamei.
–Então o que faremos? Vamos deixar que os bebês se vão, sem saber onde estão?
–Não, eu vou encontrá-los.
–Como será possível, Edward? – Carlisle indagou.

Eu fui até o escritório e peguei o relatório do detetive e, como eu previra, lá tinha os endereços de onde Bella vivera com a mãe em Phoenix e com o pai em Forks.
Ela estava sozinha e com duas crianças. Eu poderia apostar que ela procuraria os pais para ajudá-la.
Eu tinha que acreditar nisto.
Mas Bella não estava em Phoenix e eu ficara genuinamente surpreso ao descobrir que sua mãe não sabia de nada sobre os bebês.
E quando não encontrei seu pai em Forks, me perguntei se talvez ele já não estaria acobertando a fuga de Bella, mas um empregado da delegacia dissera que Charlie Swan tinha viajado há alguns dias com um tal de Billy Black.
–Se está procurando a filha do chefe Swan, deveria ir até a casa de Jacob, em La Push.
–Quem é Jacob?
–Filho de Billy Black, ele e Bella são amigos de infância, e Jake sempre foi apaixonado por ela.
–Apaixonado? – indaguei, incomodado.
–É, coisa de adolescentes, mas Charlie sempre achou que Bella ia voltar um dia pra Forks e ia casar com Jacob.

Eu tentei ignorar um certo ciúme que me acometeu deste tal Jacob Black mesmo sem conhecê-lo e fui até sua casa, na esperança que Bella pudesse estar lá com os bebês.
Mas lá ela também não estava.
Talvez o velho na delegacia estivesse apenas fazendo fofoca e Bella nem considerasse Jacob Black tanto assim.
Havia uma parte de mim que sentiu alívio
Mas eu ainda precisava encontrá-la.
A cada hora que passava aumentava minha preocupação e angústia.
E agora eu estava em Nova York, procurando seus antigos colegas de faculdade, mas ninguém sabia de Bella há algum tempo.
E nem no antigo prédio onde ela morava com a tal Victoria sabiam dela.
A nova moradora também era estudante da universidade de Nova York e conhecera Bella.
–Bella foi a primeira a ir embora, faz mais de um ano. – disse. – E depois que a moça ruiva morreu, foi muito esquisito, parece que teve algo a ver com drogas, mas estavam falando muita coisa. Ela tinha um namorado estranho.
–Se chamava James, não é? – me lembrei do nome do relatório.
–Sim, ele ficou um tempo sumido, mas parece que voltou pra faculdade há uns dois meses...
–Você sabe onde ele mora?
–Não faço ideia, talvez consiga o endereço dele na faculdade.
–Ok, obrigado.

Eu sinceramente duvidava que Bella poderia ter procurado justamente James, eu tinha que ver todas as possibilidades.
E estava pegando o celular para ligar para a universidade quando ele tocou. Era Alice.
–Edward, ainda bem que atendeu!
–O que foi?
–Acharam a Bella.
Eu parei.
–Como assim? Onde?
–A Policia a encontrou ontem à noite, na divisa de algum estado, eles a trouxeram para Chicago...
–Espera, polícia? Quem diabos envolveu a polícia nisto?
–Esme e Carlisle que decidiram, eu falei que ia ficar bravo, mas... Pelo menos ela foi encontrada, Edward! Devíamos ter feito isto antes e...
Soltei uma imprecação.
Alívio e raiva se mesclando dentro de mim.
Finalmente Bella fora encontrada, mas pela polícia.
E eu mal podia imaginar pelo tipo de situação que ela estava passando.
–E os bebês?
–Estão bem, disseram. Estavam com ela no carro, claro, parece que ela estava em Forks mesmo e estava indo pra casa da mãe...
Então eu quase a encontrara, pensei, com pesar.
Será que ela estava escondida na casa de Jacob Black ou em outro lugar?
Me amaldiçoei por ter desistido de Forks tão cedo.
–Certo, eu estou indo pra Chicago agora.
Finalmente eu iria encontrar Bella e os bebês.
E tentar consertar toda aquela confusão.


**Pov Bella**


Eu estava vivendo um pesadelo.
E queria desesperadamente acordar.
As últimas horas, desde que a polícia me algemara e eu fora acusada de seqüestro dos meus próprios filhos, estavam sendo uma tortura.
Eu gritara, horrorizada, pedindo que não me levassem para longe dos bebês, porque eram a minha principal preocupação e o policial parecia assustado e sem saber o que fazer.
E então ele ligara para seus superiores e depois de algumas ligações, ele permitiu que eu ficasse com os gêmeos, e isto porque eu duvidava que ele quisesse ficar responsável por dois bebês que agora não paravam de chorar.
–Para onde vão me levar? – indaguei, dentro do carro de polícia com os gêmeos.
–Temos ordem expressas para levá-la ao aeroporto, a senhora vai ser escoltada de volta a Chicago.
Isto devia ser ordem dos Cullens.
Senti um gosto amargo na boca.
Já deveria imaginar que eles não me deixariam impune.
Mas a presença de Edward me caçando pessoalmente em Forks me deixara a ilusão de que eles não tinham envolvido a polícia nisto.
Estava bem enganada.
E como podiam me acusar de seqüestro?
Eu sei que o que tinha feito não fora certo.
Eu deveria prever que os Cullens não iam me deixar em paz.
Mas eu queria apenas colocar tempo entre nós. Queria pensar num jeito de lutar com eles.
Lutar pelos meus filhos.
Agora era tarde.
E com o coração cheio de medo eu fui colocada num avião e pela manhã desembarquei em Chicago, diretamente para a delegacia de polícia.
E fora aí que o verdadeiro pesadelo recomeçara, ao me separarem dos gêmeos.

–Não pode levá-los, são meus filhos!
–São filhos de Rosalie e Emmett Cullen, pelos documentos deles. E a senhora os levou sem a autorização dos pais.
–Sim, mas porque eles são meus filhos biológicos.
–Está dizendo que eles foram adotados pelos Cullens?
–Sim... não... eu posso explicar tudo, mas por favor, tem que me deixar ficar com eles!
–Infelizmente isto não será possível. A senhora ficará aqui para depoimento e as crianças ficarão sob a guarda do estado.
–Não! – gritei, mas eles não me ouviram e então, depois de dar meu depoimento, eles me mantinham numa sala fechada, sob vigilância.
–O que vai acontecer agora? – indaguei a um policial.
–Estão aguardando os Cullens chegarem, sabe, você mexeu com gente importante...
Eu fechei os olhos com força.
Deus, o que será que ia acontecer? Os Cullens não podiam permanecer com aquela acusação ridícula. Eles sabiam a verdade.
–Sei que não acreditam em mim, e não faço ideia do que os Cullen inventaram, mas estes são meus filhos e qualquer DNA prova isto!

E eu tinha dito toda a história à polícia. Só não sabia se eles acreditaram.
Eu só queria ver meus filhos em segurança. Saber onde estavam, se estavam bem.
E eu já estava começando a enlouquecer de preocupação, quando de repente a porta abriu e Edward apareceu.
Eu fiquei sem fala por um momento, imaginando o que ele estaria fazendo ali.
Se viera me fazer acusações. Talvez eu merecesse, afinal.
Mas então eu me lembrei que havia algo mais importante do que ficar me perguntando o que Edward achava de mim agora.
–Edward, cadê os bebês? Eles me deixaram aqui e... eles os levaram.
–Está tudo bem com eles, não se preocupe.
–Onde eles estão?
–Com minha irmã Alice, na minha casa.
Eu quase respirei aliviada. Estar com um dos Cullens neste momento era melhor do que com estranhos.
–Mas eles disseram que iriam ficar sob a guarda do estado e...
–Sim, eles bem tentaram, mas eu não ia deixar eles ficarem com estranhos.
–Mas... – eu me perguntava como ele conseguira isto, mas bem podia imaginar.
Afinal, os Cullens conseguiam o que queriam.
–O que interessa é que estão onde deveriam estar.

Eu mordi os lábios com força.
–Foi muito baixo sua família me acusar de seqüestro.
–O que você esperava? Não deveria ter levado os bebês, Bella.
–Sua mãe e seu pai me expulsaram! Acha mesmo que eu ia embora sem levar meus filhos? E nem venha com o discurso “eles não são seus filhos e sim de Rosalie”, porque eu farei você engolir!
–Não, eu não faria isto.
–Não faria, mas deixou que a polícia me prendesse sob uma falsa acusação!
–Não é uma acusação tão falsa assim, os bebes são de Rosalie pelo menos na documentação.
–Mas vocês sabem a verdade, eu só os levei porque fiquei desesperada, não podia abandoná-los.
–Abandoná-los? Eles estavam na casa deles, com a família deles.
–E sem mim, não é? Afinal, o que minha pessoa interessa a vocês? Pra vocês eu sou apenas a mãe desnaturada que deu os bebês pra louca da sua irmã! E devem estar dando pulos de felicidade por me colocarem aqui! E ainda rezando pra eu que apodreça na cadeia e o pior é que eu até acredito que vão conseguir o que querem, afinal, os Cullens sempre conseguem, não é?
–Pare, Bella, me escute...
–Escute você! Eu não vou desistir dos bebês, entendeu? São meus filhos!
–São meus filhos também, alguma vez parou para pensar nisto antes de sair rodando com eles pelo país?
Sua voz era cheia de acusação e ressentimento e eu me encolhi.
–Sabe o que eu senti quando percebi que tinha partido com eles? Pra sabe deus onde? Sabe como eu me preocupei por não saber onde estavam, se estavam em apuros, se estavam em segurança?
–Eu... – respirei fundo, agora me sentindo culpada.
–Sua mãe... ela me disse que não se importava...
–Ela disse que não me importava com os bebês?
–Comigo, que você não se importaria comigo... – murmurei. – Eu achei que... ainda acho que... – o encarei. – Eu sei que deve me odiar, e que tem motivos. Não tenho nem como te culpar por me querer longe. Por ter colocado a polícia atrás de mim...
–Não fui eu que fiz isto. – ele parecia irritado agora. – Foram meus pais. Eu pedi que eles não envolvessem a polícia, eu quis eu mesmo te encontrar... Mas agora quase que concordo que eles estavam certos, pelo menos vocês foram encontrados.
–O que vai acontecer agora? – indaguei num murmúrio.
–Eu vim tirar você daqui. – ele disse gravemente. – Vamos pra casa.

Eu mal podia acreditar que finalmente ia ter meus bebês comigo.
O futuro ainda me parecia incerto e nebuloso.
Mas só o que me interessava no momento era ter meus bebês comigo e me certificar de que eles estavam bem.
O resto podia esperar.
O silêncio no carro era sepulcral e eu olhava a paisagem pela janela do Volvo prata, sem querer olhar para Edward.
Eu deveria me sentir agradecida por ele ter me ajudado a sair da cadeia.
Só de me lembrar a que ponto aquela situação chegara, eu sentia um arrepio de asco.
Os Cullens realmente extrapolaram.
E o pior era que, de certa forma, eles tinham razão.
Legalmente os gêmeos eram de Rosalie e Emmett.
E de repente eu me perguntei o que aconteceria agora.
Queria perguntar para Edward. Mas a tensão entre nós ainda era forte.
E mesmo agora, depois dele ter me tirado de lá e estar me levando para sua casa, eu ainda tinha dúvidas se ele realmente me entendia. Se me perdoava pelo o que eu tinha feito.
O carro parou na garagem e nós descemos em direção ao elevador. Me lembrei de quando estivera ali há algumas noites. Será que havia passado apenas dias? Parecia a anos luz de distância.
Tudo era tão diferente agora.
Tudo era tão incerto.
Mas eu me permiti um suspiro de alívio quando Edward finalmente abriu a porta do apartamento e eu vi os bebês.
Eles choravam, no colo de Alice e Jasper.
–Oh, finalmente! – Alice exclamou. – Não sei mais o que fazer, Edward, eles não... – então ela parou boquiaberta ao me ver – Ow... Bella? - E ela encarou Edward com uma pergunta muda no olhar.

E eu atinei que provavelmente eles não faziam ideia de que eu estaria ali.
Mas também a opinião de Alice e Jasper não me interessava no momento.
Eu me aproximei e estendi o braço. Sophie sacudiu is bracinhos em minha direção ao me ver, ansiosa, mas Alice hesitou, dando um passo atrás.
–Alice, pelo amor de Deus, deixa a Bella pegar a criança. – Edward falou exasperado, se aproximando e tirando Noah do colo de Jasper.
Mas Alice continuou com o rosto tenso.
–Mas... mas... Ela os seqüestrou e... que diabos ela está fazendo aqui, Edward? Carlisle e Esme sabem disto?
–Eles saberão quando você contar, agora dê Sophie para Bella.
Alice desta vez não hesitou e me passou Sophie e percebi que ela estava com a fralda molhada. Não era à toa que não parava de chorar e pelos berros de Noah, ele deveria estar do mesmo jeito.
Eu a aconcheguei junto ao peito e encarei Edward.
–Eu preciso trocá-los.
–Sim, eu te ajudo. – ele olhou para Alice. - Trouxe as coisas deles?
–Sim, está tudo aí como pediu...
Ele se afastou e eu o segui.
Ainda pude ouvir Alice e Jasper.
–Não acredito que Edward teve coragem de fazer isto! - Alice disse. – Isto vai virar uma confusão...
–Sim, prevejo problemas também...
Edward entrou num quarto no fim do corredor e eu arregalei os olhos ao ver várias coisas dos bebês ali, até os berços.
–Todas as coisas deles estão aqui... – murmurei boquiaberta.
–Alice é eficiente quando precisa. – disse, distraído.
Eu coloquei Sophie sob o trocador e Edward fez o mesmo com Noah.

–Sua irmã podia ser eficiente em trocá-los também. – murmurei irritada, ao ver o estado que estavam as fraldas.
–Sabe que ela não leva o menor jeito... Não devia ter deixado os bebês com ela, mas não tinha...
–Sim, eu sei. – respondi, me apressando em limpar Sophie.
–Me diga o que tenho que fazer, eu posso adiantar com o Noah. – Edward disse e eu o encarei, franzindo a testa.
–Não precisa...
–Eu quero ajudar.
Eu mordi os lábios, incerta, e então o instruí.
Noah deu algum trabalho e eu quase ri ao ouvir Edward soltar alguns palavrões.
E eu já havia trocado Sophie e a colocado no berço, bem mais calma, e tive que voltar para ajudá-lo. Edward ainda tentava sem sucesso colocar a fralda no bebê que batia as perninhas sem controle.
–Deixa que eu faço isto. – falei e Edward deixou de bom grado.
Eu terminei de trocá-lo rapidamente e o peguei no colo, aconchegando seu corpinho quente no meu peito.
–Achei que fosse mais fácil. – Edward disse, passando a mão pelos cabelos. Eu sorri e dei de ombros.
–É apenas questão de prática.
–Você faz muito bem.
Eu fiquei séria..
–Claro que sim. Eu cuido deles desde que nasceram.
–Eu sei. – Edward murmurou e então ouvi passos atrás de nós e me virei.
Alice Cullen estava ali.
–O que quer, Alice? – Edward indagou.
–Nós vamos embora.
–Sim... Muito obrigada por ter trazido as coisas dos gêmeos.
Ela deu de ombros.
–Ainda não tenho certeza se fiz a coisa certa...
–Você fez o que eu pedi. – ele respondeu secamente.
–Eu... – ela me olhou de soslaio e fitou Edward novamente. – Podemos conversar um instante?

Edward a acompanhou para fora do quarto.
Eu suspirei pesadamente.
Alice Cullen também me odiava agora.
Provavelmente todos os Cullens me odiassem.
Eu tentei não me importar. Mas era difícil.
Principalmente quando eles tinham o poder sobre os gêmeos.
Era eu contra os Cullens agora.
Mas será mesmo que eu estava sozinha? E Edward?
Abracei Noah com mais força, sentindo um frio gelado de medo percorrer meu corpo.
Até onde Edward estaria disposto a ficar do meu lado?


**Pov Edward**

Alice me fitou quando chegamos na sala.
–Edward, que diabos está fazendo?
–Como assim o que estou fazendo?
–Trazendo a Bella para cá! Como se não bastasse tirar as acusações, ainda deixá-la perto dos bebês...
–Ela é a mãe deles.
–Mas Rose...
–Rose está num hospital agora, totalmente perturbada!
–Ela continua sendo a mãe deles.
–Mãe? Ela mentiu pra todo mundo! E vocês ainda acham que tudo deve continuar como se nada tivesse acontecido!
–Mas o que quer fazer? Bella deu os bebês pra Rose! Eu sei que Rosalie agiu muito mal mentindo! Mas isto não altera o fato de que ela e Emmett são os pais deles.
–Não são!
–Edward, você sabe que eu estou certa! Eu entendo você... é o pai biológico deles, mas... não pode simplesmente mudar tudo agora!
–Eu duvido que você me entenda! Nenhum de vocês está fazendo o menor esforço para entender! – exclamei irritado.
Eu já estava cansado de toda aquela atitude da minha família.
Jasper que estava em silêncio todo aquele tempo colocou as mãos nos ombros de Alice.
–Amor, vamos embora. Não há nada que possamos fazer.
Alice pareceu que ia insistir ainda, mas acabou pegando a bolsa e se afastando.
–Espero que repense suas atitudes, Edward. Pense na nossa família. Pense em Emmett. Ele também foi enganado. Ele também é pai destes bebês.

Alice e Jasper saíram e eu passei a mão pelos cabelos, frustrado.
Sim, eu sabia que havia razão em seus argumentos.
Rosalie não enganara só a mim.
Enganara a família inteira.
Enganara a Emmett. E ele estava criando os bebês como filhos dele.
Mas eu também era o pai daquelas crianças.
Eu as sentia assim agora. Podia parecer absurdo, mas era como eu me sentia.
Eles eram meus. E eu queria protegê-los.
E depois do que Rosalie fizera, apenas mostrava que ela estava perturbada para ainda poder continuar com aquelas crianças.
Fora sordidez demais. Mentiras demais.
Não havia como passar por cima e agir como se nada tivesse acontecido.
Os bebês permanecerem com Emmett e Rose.
Eu não podia ignorar o fato de que eu era o pai deles.
E Rose quisera tirar isto de mim. Jamais tivera a intenção de me contar a verdade.
Eu ainda sentia uma onda fria de ressentimento ao pensar nisto.

Cansado, eu voltei para o quarto e estaquei ao ver Bella sentada numa poltrona com Sophie no colo.
E ela amamentava no peito.
Por um momento eu não me mexi, apenas observando aquela cena meio surreal.
Bella tão mãe, enquanto sorria para Sophie agarrada em seu seio.
E de repente me permiti pensar em como Bella ficava naquilo tudo?
Ela também enganara e mentira.
Compactuara com as ideias absurdas de Rose.
Eu podia imaginar seu desespero ao se ver grávida e sozinha.
Eu podia entender que ela quisesse dar os bebês.
Mas participar de todo aquele jogo sujo de Rose fora errado demais.
E ela também não tivera a menor intenção de me contar sobre os bebês.
E mesmo assim, eu ainda a ajudara. A livrara das acusações de seqüestro.
A trouxera para minha casa.
Confiara os bebês a ela.
Porque no fundo, eu sabia que Bella podia ser o que fosse.
Mas ela era mais mãe daqueles bebês do que Rose.

E eu sabia disto mesmo antes de saber toda a verdade.
Eu sentia muito por Emmett.
Sentia até mesmo por Rose.
Mas Noah e Sophie eram nossos. Eram meu e de Bella.
E eu iria lutar por isto.
Bella levantou o olhar e me encarou, ficou vermelha, ao fechar a blusa e colocar Sophie em posição para arrotar.
–Me desculpe. – falei.
–Eu apenas... ela estava com fome... não sabia se Alice trouxe as coisas para fazer a mamadeira...
–Acho que sim... Não sabia que você os amamentava no peito.
Ela colocou Sophie, adormecida no berço.
–Sim, embora meu leite esteja rareando agora.
–É tão estranho que tenha feito isto o tempo todo. E ninguém desconfiou de nada. - falei com certo ressentimento. A mentira me envenenando um pouco.
Bella me encarou.
–Não havia porque alguém desconfiar de nada.
–Sim, você e Rose foram perfeitas nas armações.
Ela respirou fundo, desviando o olhar e empalidecendo.
–Bom, acho que não adianta ficarmos batendo neste assunto, não é?
Ela deu de ombros.
–Eu entendo sua revolta.
–Não sei se eu chamaria de revolta... acho que é... decepção.
–Eu sinto muito. – murmurou, me fitando. – Eu realmente queria que as coisas fossem diferentes.
–Diferentes como? Que nunca tivesse concordado com as loucuras de Rose? Sabe que... talvez se não fosse assim, eu nunca teria te encontrado. E nunca teria sabido dos gêmeos.
–Se não fosse a Rose talvez eles nem existissem. – confessou e eu olhei para os bebês dormindo no berço.
Senti um dor no peito ao imaginar que eles poderiam não existir.
Era estranho como em tão pouco tempo, eles já parecessem essenciais.
–Talvez eu a agradeça por isto. Mas nunca por ter enganado todo mundo. Nunca por ter me enganado. – falei duramente.

A mentira de Rose ainda doía.
–Como ela está? – Bella indagou.
–Melhorando. – falei evasivamente.
–Que bom. – Bella cobriu os bebês.
–Vamos sair daqui. – falei.
Nós saímos do quarto e ela parecia estranhamente deslocada.
Perdida.
Cansada.
Me senti preocupado.
–Vá descansar. – falei. – Venha, há um quarto de hóspedes que pode usar. -completei.

E enquanto a levava para o quarto, me lembrei dos planos que eu tinha.
Planos que existiam em minha mente antes de saber da mentira, dos bebês.
Planos de levá-la comigo. De ficarmos juntos.
E ela não estaria num quarto de hóspede.
Estaria comigo. No meu quarto. Na minha cama.
Tudo isto parecia tão distante agora.
Nós parecíamos tão distantes agora.
Ela se virou para mim.
–Obrigada... Por me deixar ficar perto deles. – murmurou.
–Estou fazendo o que eu acho que é certo.
–Eu sei.
Ela entrou no quarto e fechou a porta.

Quando eu voltei para a sala, meu celular tocou e eu não me surpreendi ao ouvir a voz da minha mãe.
–Edward, isto que a Alice contou é verdade?
–Sobre Bella?
–Sim, ela me disse que a levou pra sua casa.
–Sim, ela está aqui com os bebês.
–Isto é absurdo, Edward.
–Absurdo foi o que vocês fizeram! Eu falei pra não envolver polícia.
–Mas queria que a encontrássemos como?
–Isto só complicou as coisas.
–Quem está complicando é você, levando Bella e os bebês para sua casa.
–Isto está fora de discussão. São decisões minhas.
–Estes bebês são filhos de Rose e Emmett.
–Em cima de mentiras.
–Mas é precipitado o que está fazendo!
Eu respirei fundo.
Minha família não entendia.
Realmente não entendiam a gravidade da situação.
–Mãe, vou desligar, não adianta ficarmos discutindo por telefone.
–Mas...

Eu desliguei e na mesma hora a campainha tocou.
Me perguntei quem poderia ser e me surpreendi ao abrir a porta e ver Emmett.
Ele estava pálido e com olheiras.
Estávamos todos sofrendo, afinal.

–Oi Em. Entra.
Ele entrou e eu fechei a porta, o fitando.
–O que veio fazer aqui? – indaguei.
–Vim pedir para os bebês voltarem para casa.
Eu ri, um riso sem humor.
–Está brincando, não é?
–Não. Estou falando sério.

**continua**



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