10 setembro 2012

FanFic: Forget Me Not - Capitulo 10


Forget Me Not

Autora(o): Juliana Dantas
Contatos: @JuRobsten;
Gênero: Romance, drama, Mistério, universo alternativo
Censura: +18
Categorias: Saga Crepúsculo
Avisos: Linguagem Imprópria, Nudez, Sexo

**Atenção: Esta história foi classificada como imprópria para menores de 18 anos.**

**Pov Edward**

Eu poderia dizer que imaginara Isabella Swan finalmente cedendo de muitas maneiras.
Mas acho que nem nos meus sonhos mais loucos eu imaginaria vê-la na minha frente daquele jeito.
Totalmente nua. A não ser pela máscara azul em seu rosto.
Eu estava petrificado. Chocado. Excitado.
Maravilhado.
–Você veio. – consegui falar, permitindo me deliciar com aquela imagem perfeita.
Isabella Swan era perfeita.
Então ela caminhou alguns passos e se sentou no meio da cama.
–Apenas uma vez. – murmurou e eu me aproximei, hipnotizado, como se uma linha invisível me puxasse em sua direção.
Exatamente como da primeira vez, quando vaguei pelos corredores daquele clube, seguindo o cheiro inconfundível de frésias.
Como um caçador em volta da presa.
Mas agora, embora eu ainda a espreitasse, a cercasse, não me sentia como um predador.
Me sentia o cordeiro.

Eu estava aonde ela queria. Na hora que ela queria.
E nem estava me importando mais com isto.
Contanto que eu pudesse estar ali de novo. Me inclinando sobre ela, para aspirar seu cheiro de frésias. Intoxicando todos meus sentidos.
O desejo, que já estava se agitando dentro de mim desde a hora em que a vira no quarto, agora me consumia.
Seus olhos cor de chocolate brilharam sob a máscara e eu levantei a mão para removê-la do seu rosto.
Não havia mais razão para disfarces.
Eu queria apenas Isabella Swan, despida de qualquer adorno.
Mas ela me impediu.

–Não.
–Eu sei quem é você agora.
–Não sabe, não...
E ela se recostou. Se ofereceu.
Meus olhos a percorreram.
Há quanto tempo eu sonhava em vê-la assim? Quantas noites eu não havia perdido imaginando como ela seria?
E agora ela estava ali. Ao alcance dos meus dedos, que quase coçavam de vontade de tocá-la.

–Você é linda. – tive que dizer, meu olhar perdido sobre a pele pálida.
–Você também. – ela murmurou, mordendo os lábios, e eu dei um sorriso de lado, me excitando com seu olhar e me inclinei para acariciar seu rosto ruborizado sob a máscara.
–Tem noção de como eu quero estar dentro de você? – indaguei, meus dedos em seus lábios. - Eu quero beijá-la muito. Inteira.
Ela arfou, segurando minha mão e beijando meus dedos. Acompanhei sua língua, fascinado, desejando não ser meus dedos entre seus lábios.
E eu quase pedi exatamente isto. Mas eu sabia que primeiro, eu queria estar dentro dela.
Queria gozar com ela.
E depois... depois teria muito tempo para sentir cada parte de Isabella Swan em mim.
Segurei seu rosto e beijei seus lábios devagar, apenas experimentando, adorando ouvi-la suspirar e fechar os olhos. Percorri seu rosto, até seu ouvido.
–Quero fazer amor com você. – disse, descendo os braços para encher minhas mãos com seus seios, um pouco mais fartos do que imaginara.
Ela segurou meus pulsos, abrindo os olhos.
–Não estamos fazendo amor.
–Não?
–Estamos fazendo sexo.

De alguma maneira que eu sabia ser irracional, aquilo me irritou.
Obviamente ela tinha razão. Era apenas luxuria.
Tesão. Perversão.
E deveria estar ótimo pra mim.
Afinal, onde fora mesmo que eu a conhecera?
Senti uma raiva fria ameaçar me dominar, mas canalizei aquela energia para o que interessava no momento.
Sexo.
E Isabella Swan finalmente à minha disposição.

–Ok, Isabella Swan. Vamos fazer sexo. – rosnei, a inclinando sobre a cama, mantendo seus braços acima da cabeça, a beijando com força, meus lábios sugando os seus para depois invadir, explorar, degustar, engolindo seus gemidos. Ela serpenteou o corpo embaixo do meu e isto me deixou mais excitado, a ponto de doer.
Com um rosnado baixo, eu afastei meus lábios do dela e deslizei minha mão até o meio de suas pernas.
Ela estava deliciosamente pronta quando a acariciei e ela gemeu um “por favor”, acabando com qualquer ideia que eu pudesse ter de prolongar o momento.
–Agora. – grunhi, afastando seus joelhos e a penetrando rápida e profundamente.
Bella gritou, suas unhas cravadas em meu ombro e eu saí apenas para arremeter de novo.
E mais uma vez. E outra.
Ouvindo ela arquejar, entre gemidos entrecortados, o corpo indo ao encontro do meu, com igual vontade.
–Abre os olhos. – pedi, me movendo dentro dela cada vez mais rápido, mais fundo.
E ela cravou os olhos incrivelmente castanhos em mim.
–Diga meu nome. – pedi, sentindo o prazer me consumindo.
–Edward... – sua voz era quase doce, enquanto ela gemia meu nome.
Era delicioso de ouvir.
–De novo... – aumentei o ritmo, a tensão aumentando...
–Edward... – ela agora gritou, o corpo tensionando em volta do meu, e eu me perdi.
–Sim... – fechei os olhos, me desmanchando dentro dela.
Gozando com ela.

Não sei quanto tempo levou para que eu voltasse à realidade, rolando para o lado, ainda arfando depois de um orgasmo intenso.
Não me lembrava da última vez que tinha me sentido assim.
Ou melhor, eu me lembrava sim.
Muito bem.
Só não sabia o nome da pessoa que estava comigo daquela vez.
Abri os olhos. Fitando o quarto ensolarado.
Estava tudo quieto agora.
A não ser pelo som das nossas respirações voltando ao normal.
Eu deveria estar satisfeito.
Não só fisicamente.
Eu a caçara naquela casa, desde que a encontrara.
Desde que ela se tornara um rosto e um nome, além de apenas um corpo com máscara de minhas fantasias.
E agora eu tivera de novo.
Mas não era suficiente.

Era como se houvesse algo faltando.
Ou talvez o que me irritasse fosse a total incapacidade que eu tinha de entendê-la.
De repente ela se moveu do meu lado e eu a vi se afastar.
Meu primeiro impulso foi impedi-la, mas eu não o fiz.
–Onde vai? – indaguei ao vê-la procurar as roupas no chão.
As roupas brancas e virginais de babá.
–Embora. – murmurou, sem me fitar enquanto se vestia.
–E se eu pedir para ficar? – eu sabia que tínhamos feito um trato.
Mas a quem eu queria enganar?
Obviamente eu ainda iria embora.
Mas eu ainda estava ali. E tínhamos a tarde inteira.
Ela me fitou, os dedos fechando o uniforme.
–Apenas uma vez, não foi isto?
Eu ri.
–Então é assim?
–Sim.

Eu estava começando a me sentir muito irritado com sua frieza.
Quando eu ainda podia sentir seu cheiro de frésias impregnado em minha pele. Seu gosto em minha boca.
–Não quero forçar minha sorte. – disse, me levantando, ainda nu.
Ela desviou o olhar. Ainda de máscara.
–Por que está aqui?
Ela ficou em silêncio por um momento.
E então retirou a máscara, jogando sobre a cama.
–Porque você ainda tem o poder de despertar o pior em mim.
E com estas palavras, ela saiu do quarto. Fechando a porta atrás de si.


***Pov Bella***

De certos momentos era impossível fugir.
Era como eu me sentia quando deixara Jessica e Angela cuidando dos gêmeos naquela tarde e entrara no quarto de Edward Cullen.
Eu dizia a mim mesma que era inevitável.
Aquele momento estava pairando entre nós desde que nos reencontramos.
O quarto estava vazio. E suas roupas ainda estavam jogadas aqui e ali. O chuveiro estava ligado.
Senti um arrepio de antecipação mesclado com medo.
Então vi a máscara.
Era isto. Era apenas ser a mesma Bella do clube.
E fingir que ele ainda não tinha um nome.
Que não era o pai daqueles bebês que agora não pertencia a nenhum de nós.
Sem pensar muito eu tirei as roupas.
E esperei. Ansiei. Desejei.
Até que a porta se abrisse e ele surgisse.
Ainda nu. Ainda com o cabelo molhado.
Minha boca secou.
Edward era gloriosamente perfeito.
E tirava meu fôlego.
Meu corpo começou a se preparar naquele momento.

–Você veio. - havia incredulidade e satisfação na sua voz.
Eu caminhei até a cama.
–Apenas uma vez. – murmurei, sentindo meu coração disparar de maneira alarmante, enquanto ele se aproximava, a mão querendo tirar a máscara do meu rosto.
Mas eu o impedi.
Eu precisava daquela máscara.
–Não.
–Eu sei quem é você agora.
–Não sabe, não... – sussurrei, me recostando, sentindo seus olhos dourados queimarem em mim. O desejo fluía quase palpável entre nós, como uma entidade viva.
–Você é linda.
–Você também. – murmurei, meio que deslumbrada com sua proximidade nua.
E quando ele sorriu de lado, algo quente e úmido se enroscou dentro de mim.
–Tem noção de como eu quero estar dentro de você? – seus dedos acariciaram meu rosto, meus lábios. - Eu quero beijá-la muito. Inteira.
Arfei sem ar, apenas suas palavras já me davam prazer. E segurei sua mão.

Ele tinha dedos lindos, grandes. Eu os queria dentro de mim.
E os beijei, sentindo uma necessidade fremente de pôr meus lábios nele. Inteiro.
Então ele estava me beijando, devagar, como se experimentando meu gosto, minha textura e eu derreti nele.
–Quero fazer amor com você. – ele disse, descendo os braços para encher as mãos com meus seios.
Abri os olhos, incomodada com aquela expressão.
–Não estamos fazendo amor. – exclamei.
Aquilo não tinha nada a ver com amor.
Tinha a ver com desejo.
Naquele momento eu sentia quase como se pudesse definhar se ele não me tocasse.
Tinha a ver com precisar. Necessitar.
Não era amor.
–Não?
–Estamos fazendo sexo.
Ele me encarou por um momento e eu quis saber o que se passava na sua cabeça.
Mas então ele sorriu. Eu me arrepiei com uma centelha de fúria que brilhou em seus olhos.
Mas até isto me deixava excitada.
–Ok, Isabella Swan. Vamos fazer sexo. – rosnou, me jogando na cama e segurando meus braços acima da cabeça. Me beijando com força, meus gemidos se perdendo na sua boca. O desejo aumentou ao sentir sua ereção e me contorci ansiosa.
Então seus dedos estavam em mim. Dentro de mim e eu me vi implorando “por favor”.

Oh, eu precisava dele demais naquele momento.
E ele veio. Duro, quente, pulsando.
Dentro de mim. Estocando firmemente, com ares de dono supremo, sabendo exatamente como tomar e dar. Eu respirava Edward Cullen. Cada batimento cardíaco era para ele.
Cada gemido que escapava dos meus lábios.
Cada terminação nervosa pulsava deliciosamente do prazer que vinha dele.
Seus gemidos em meu ouvido, o movimento cada vez mais rápido e profundo do seu sexo dentro de mim, suas costas suadas contra meus dedos.
E eu me perdi naquele mundo de sons, cheiros e sensações.
Me perdi nele. Querendo me misturar à sua essência.
–Abre os olhos. - ele ordenou e eu obedeci.
Seus olhos verdes dourados me sondaram e eu podia sentir me afundando cada vez mais.
–Diga meu nome.
–Edward... – murmurei, sentindo meu corpo começar a tremer e tensionsar clamando por libertação...
–De novo...
Então eu gozei. O orgasmo me fazendo gritar seu nome, minhas unhas afundadas em sua pele, enquanto os espasmos iam me consumindo.
–Sim... – ele fechou os olhos, gozando também.
E eu perdi o contato com a realidade.

Depois, quando ele se afastou, rolando para o lado, veio o frio.
Junto com a inexorável verdade.
Eu tinha de novo me perdido totalmente por causa de Edward Cullen.
Podia nomear de qualquer coisa.
Podia dizer que era um acordo para me ver livre dele finalmente e poder guardar meu segredo.
Mas bem lá no fundo eu sabia que não era assim tão simples.
Não era nem um pouco simples.
Era complicado demais.
E ficava cada vez pior.
Porque eu ainda queria mais. Muito mais.
E eu não queria apenas sentir ele dentro de mim de novo.
Eu queria me virar e me enroscar nele.
Queria que ele simplesmente me abraçasse.
Queria...

Coisas impossíveis e inatingíveis.
Com o coração afundando no peito eu respirei fundo, engolindo o nó que ameaçava se formar em minha garganta.
E me afastei. Fugir era minha única alternativa no momento.
–Onde vai? - ele indagou, enquanto eu me vestia, evitando encará-lo.
–Embora.
–E se eu pedir para ficar?
“Eu ia me sentir muito tentada a esquecer tudo o que está em jogo e ficar”.
–Apenas uma vez, não foi isto? – respondi secamente.
Ele riu. Não havia humor naquele riso.
–Então é assim?
–Sim.
–Não quero forçar minha sorte. – disse, se levantando, ainda nu.
Eu desviei o olhar. Se ao menos ele não fosse tão irritantemente perfeito...
–Por que está aqui?
Eu respirei fundo.
Havia muitas respostas para esta pergunta.
Mas eu optei por aquela que eu queria jogar na cara dele naquele momento.
Retirei a máscara.
–Porque você ainda tem o poder de despertar o pior em mim.

E sem mais, eu saí do quarto, fechando a porta atrás de mim.
Caminhei pelos corredores, mas passei direto pelos quartos dos bebês.
Não queria vê-los agora.
Porque havia muitas verdades borbulhando dentro de mim.
Me fazendo sentir vergonha de mim mesma.
De todas as minhas escolhas.
Tremendo, eu entrei no banheiro e tirei a roupa, entrando embaixo do chuveiro.
E chorei.
Chorei por tudo o que eu nunca tive. E nunca teria.
Meus bebês que estavam ali, mas não eram realmente meus.
A mentira que vivia ameaçando me sufocar.
De repente eu desejei ter entrado naquele quarto, não para mais uma dose de sexo.
Mas para despejar toda a verdade.
Eu me sentiria melhor? Talvez.
Mas do que adiantaria? O que poderia mudar?
Nada. Edward me queria apenas porque eu era um desafio. Uma fantasia.
Não fazia ideia de tudo o que o envolvia.
Não fazia ideia de que fizemos dois bebês lindos.
E nunca saberia.
Agora era tarde demais. Eles pertenciam a Rosalie e Emmett.

Seria horrível se a verdade viesse à tona agora. Apenas traria dor e discórdia entre os Cullens.
E para quê?
Nada. Eu havia aberto mão dos bebês.
E eles estavam bem. Eram felizes. Amados
E eu sempre poderia estar por perto.
Era melhor que nada.
E quanto a Edward... ele partiria.
Continuaria com suas visitas esporádicas, quase um parente distante.
Talvez um dia se casasse... Quem sabe até mesmo com a tal Tanya Denali... e tivesse filhos com ela.
Senti um aperto no peito com este quadro, mas tentei me convencer que seria melhor assim.
E o meu segredo seria para sempre isto. Um segredo.
E quanto aquele desejo proibido por Edward, morreria com o tempo e a distância.
Depois de muito tempo eu saí do chuveiro, me sentindo mais calma.
Anoitecia e tinha acabado de me vestir quando Angela entrou no quarto.
–Telefone para você. – ela me passou o telefone sem fio.
Eu atendi, achando que era um dos meus pais, apenas eles me ligavam.
Mas não era Charlie ou Renée.

–Oi Bella, é Mike Newton.
Eu mordi os lábios com força, sentando na cama.
Angela me encarava curiosa.
Bom, pelo menos não era Jessica.
–Oi, Mike.
–E ai, tudo bem?
–Sim, tudo bem e você?
Eu revirei os olhos e Angela riu.
–Tudo... queria saber se está bem, foi embora passando mal ontem...
–Estou, foi só bebida demais.
–Eu não deveria ter levado você lá...
–Imagina, Jessica e Angela adoraram.
–Eu sei, mas... queria que você tivesse gostado.
Oh Deus. Lá estava...
–Mike, eu...
–Mas eu posso me redimir. Posso te levar para jantar. Nada de bebidas e música alta desta vez. Apenas um jantar tranqüilo.
Fechei os olhos pensando na maneira mais educada e gentil de declinar o convite, mas então eu parei.
Por que eu tinha que declinar?
Eu podia sair com Mike Newton. Podia me afastar daquela casa.
Me afastar de Edward Cullen.
–Tudo bem. – respondi, e vi Angela arregalar os olhos, surpresa.

Eu quase podia ver Mike dando socos no ar do outro lado do telefone.
–Eu passo para te pegar às 20h.
–Hoje não. – falei rápido. – Pode ser amanhã? Ainda tenho que ver se consigo uma folga...
–Ah, claro...
–Amanhã então eu te ligo para confirmar, pode ser?
–Sim, eu vou esperar.
Eu desliguei e Angela estava com os olhos arregalados.
–Vai mesmo sair com o Mike?
Eu dei de ombros.
Então eu vi Jessica parada atrás de Angela.
–Como é?
Ops. Eu tinha me esquecido de Jessica e sua paixonite por Mike Newton.
–É, Jess...
–Não acredito nisto! Que vagabunda está me saindo, Bella!
Passei a mão pelos cabelos, sem pique nenhum para me envolver em uma discussão com Jessica.
–Jessica, podemos deixar esta discussão para depois? Está na hora de amamentar as crianças...
–Não! como pode fazer isto? Sabe que eu gosto dele e...
–Jess, pare de gritar. – Angela pediu, mas Jessica continuou.
–Vai defendê-la? Primeiro ela fica flertando com o Edward Cullen na piscina e...
– Eu não flertei com Edward... quer dizer, senhor Cullen... – balbuciei vermelha.
–Ah claro! Aposto que até aquela namorada loira aguada dele percebeu!
–Jess, pára com isto. – Angela pedia.
–Não paro! Ela está querendo roubar o Mike de mim!
–Mike não é nada seu, Jess... – balbuciei, mas começava a perceber que talvez não fosse uma boa ideia sair com Mike, afinal.
–Você é muito vagabunda mesmo...
–Ei, o que está acontecendo aqui? – Rosalie apareceu no quarto. – Estavam brigando?
–Não é nada. – falei, mas Jessica me interrompeu.
–Sim, estávamos!
–Por quê? Dá pra ouvir seus gritos do corredor, Jessica!
–Bella aceitou sair com Mike Newton!

Rosalie me encarou.
–É verdade?
–É sim, mas...
Rosalie sorriu.
–Eu acho ótimo!
Jessica arregalou os olhos, indignada.
–Ótimo? Ela está me passando a perna! Eu estava interessada nele e a Bella sabia!
–Chega, Jessica, me poupe! Mike não quer você, supere isto! E não quero mais ver briga entre vocês, fui clara? Senão serei obrigada a te demitir.
–Eu? - os olhos de Jéssica pareciam que iam saltar das órbitas.
–Sim, você! Agora chega de briga! Por que não descem e vão jantar? Eu e a Bella cuidamos de alimentar os bebês.
–Mas... – Jessica ainda ia argumentar, mas Angela a puxou.
–Esta Jéssica é tão chata às vezes. - Rosalie murmurou, rolando os olhos.
Mas eu a ignorei, indo para o quarto dos bebês.
Peguei Noah e abri minha blusa.
–Quer dizer que vai mesmo sair com Mike. – Rosalie indagou com um sorriso malicioso.
Eu suspirei, Noah começou a chorar.

–Por que está chorando? Vamos, mame, querido...
–Então, me responda? – Rose insistiu.
Eu a fitei.
–Sim, eu vou. Ele quer jantar comigo amanhã.
–Uau. Que ótimo! Eu te darei folga, claro, não se preocupe.
–Mas eu não sei...
–Por quê? Não me diga que é por causa da Jessica...
–Ela gosta dele...
–Gosta nada! E ele quer você, então ela que se conforme!
Noah voltou a chorar e eu voltei minha atenção para ele, mas então reparei que não tinha leite.
–Oh... estou sem leite. – murmurei.
–Nossa, será que já secou? – Rosalie indagou.
Eu dei de ombros.
–Não sei... Pode ser. – senti um aperto no peito. Não queria parar de amamentar os bebês. – Pegue a mamadeira para mim, então.
Rosalie me passou a mamadeira e eu dei para Noah, que se acalmou.
–Na verdade é bom que pare de dar o seio para eles. Eles têm que se acostumar com a mamadeira mesmo, já são grandinhos, não terá leite para sempre também.
–É... – murmurei sem convicção.
–E também é perigoso. – ela sussurrou com uma sombra de preocupação no olhar. – É melhor sermos cuidadosas.
–Sim, tem razão. – concordei.
–Eu vou descer para jantar. Depois pedirei para que Angela e Jessica levem os bebês lá para sala. Acho melhor ficar por fora de circulação enquanto Edward estiver por ai, não é?

Eu tive que concordar com Rosalie.
Quanto menos eu visse Edward, melhor.
Naquela noite eu jantei sozinha na cozinha e depois liguei para meus pais.
Eu falava com eles regularmente, mas fazia muito tempo que não os via.
Meu pai principalmente reclamava muito e eu prometi que iria visitá-lo em breve.
–Ainda acho um absurdo estar trabalhando de babá em vez de estar na faculdade.
–É temporário, pai. – respondi o mesmo de sempre.
Ele ainda insistiu, mas no fim, aceitou minhas respostas como sempre.
Tirando que desta vez, eu não me sentia nem um pouco bem por estar mentindo.
Ou omitindo a verdade.
Eu desliguei quando Angela e Jessica voltaram com os bebês, já adormecidos.

Jéssica não falava comigo.
E ainda não estava falando comigo na manhã seguinte, enquanto cuidávamos dos bebês.
–Jess, eu... – tentei me aproximar, mas ela pegou as fraldas sujas e se afastou, me ignorando.
Suspirei pesadamente.
Angela estava ao telefone com o namorado há algum tempo e parecia estar tendo algum tipo de DR.
Eu olhei o sol pela janela.
Queria levar os bebês para dar uma volta no jardim, mas tinha medo de encontrar Edward.
Esme Cullen apareceu no meio da manhã e brincou com os bebês.
–Esta casa fica vazia sem Alice.
–Ainda tem Rose. – eu disse. E certamente Esme deveria se sentir feliz de Edward estar ali.
–Rose está por ai, com Tanya. E Edward foi ajudar Emmett hoje. Ele está com um humor terrível desde ontem à noite.
Eu não fiz nenhum comentário.
–Como eles estão? - ela indagou, sobre os gêmeos.
–Estão ótimos. – respondi.
Ela sorriu.
–Rosalie me disse que é possível que a percamos em breve.
Eu franzi a testa.
–Como assim?
–Que você está saindo com um rapaz...
–Oh... não é nada, apenas um jantar.
–Mas pode ser algo mais.
–É um exagero da Rosalie, nem conheço Mike direito.
–É um rapaz de família ótima. E você é jovem e fica o tempo inteiro aqui, com os bebês. Precisa sair, se divertir, namorar.
Eu não respondi, incomodada com aquela conversa.
–E aposto que deve querer se casar um dia, ter seus próprios bebês.
Eu mordi os lábios com força, desviando o olhar.
–É ótima com Noah e Sophie, vai ser uma boa mãe, Bella.
Eu senti um nó se formar na minha garganta e respirei fundo.
–Fico só imaginando que tipo de mãe Alice será. Minhas filhas não são tão cuidadosas como você. Aposto que Alice vai querer te roubar de Rosalie. – ela riu. – E eu queria tanto que Edward também se casasse e tivesse filhos...
Era demais pra mim, eu me levantei, me afastando.

–Acho que vou verificar cadê a Jessica e a Angela que sumiram. – falei, querendo acabar com aquele assunto.
–Claro, eu fico com os bebês.
–Obrigada.
Eu saí do quarto e respirei fundo várias vezes, antes de me acalmar e ir procurar Angela e Jessica.
Jessica estava na cozinha, vendo uma revista e escutando música.
–Jessica, cadê a Angela?
Ela aumentou o som dos fones de ouvido, me ignorando.
Eu bufei e me afastei.
Encontrei Angela no nosso quarto e ela arrumava suas malas e chorava.
–Ei, o que aconteceu?
–Estou indo embora.
–Por quê?
–Eu me demiti.
–Mas por quê?
–É o Ben. Ele já estava me pressionando pra sair daqui, ele tem ciúmes... e descobriu que eu saí ontem e ai nós brigamos.
–Mas por isto pediu demissão?
–Não quero perder meu namorado por causa de um emprego de babá, Bella.
–É, tem razão. O que vai fazer agora?
–Ben me chamou pra morar com ele .
–Isto é bom, estou feliz por você.
Ela sorriu e me abraçou.

–Quero tudo de bom pra você, Bella, não vamos perder o contato, hein?
–Claro que não.
–Cai ser madrinha do meu casamento ainda.
Eu sorri, enquanto ela me falava tudo sobre o apartamento de Ben, e o estágio que ele ia ajudar ela a conseguir e todos os planos que eles tinham juntos.
E no meio de toda aquela conversa, eu me vi sentindo inveja de Angela.
O que era totalmente ridículo.
Mas não conseguia evitar.
A vida dela era muito simples.
Ela conhecera um cara e se apaixonara. E eles estavam juntos desde então.
Tinham planos juntos.
Será que minha vida poderia ter sido assim, se não fosse aquela noite no clube?
Eu nunca saberia.
Angela foi embora após o almoço e Rosalie me chamou para conversar.

–Uma pena Angela ir embora. – comentei. – Gostava dela.
–Eu também. Mas babás vão e vêm, não é?
Eu senti um calafrio com aquela afirmação.
–Enfim, queria te dizer que pedi para arrumar um quarto de hóspede para você.
–Por quê?
–Porque as coisas estão tensas com a Jessica, pelo o que percebi.
–Mas isto vai passar...
–Enfim, não quero que vocês fiquem se engalfinhando por aí. Melhor cada uma num canto.
–Mas ainda acho que não é preciso...
–É sim. E é um quarto lindo. Você vai adorar.
–Rose, eu sou... uma empregada aqui, não posso ficar num quarto de hóspede.
–Que bobagem! Você merece ter sossego. Me ajuda tanto! Ninguém vai se importar. E agora que vai namorar, pode até trazer seu namorado para dormir aqui, eu não me importaria.
–Rose, não vou namorar Mike...
–Quem sabe? Enfim, já está decidido, pode mudar suas coisas para o quarto já, sem discussão. Vou até te ajudar!

Ainda não estava absolutamente certa sobre aquele arranjo, mas não adiantava discutir com Rosalie.
Mike me ligou à tarde e eu confirmei que íamos sair.
Jessica me encarava com uma expressão de ódio quando desliguei.
–Jessica, eu sinto muito, mas olha, isto é só um jantar...
Ela deu de ombros, enquanto colocava Sophie para arrotar.
–Não quero saber.
–Eu não quero a gente brigue.
Ela riu com ironia.
–Por que se importa? É a queridinha dos Cullens! Sempre fica com tudo! Agora até um quarto só seu tem!
–Bom, o quarto das babás é só seu também agora.
–Disse tudo, quarto das babás e não um quarto de hóspede! Daqui a pouco está jantando com os Cullens e eu aqui colocando bebês para dormir! – resmungou e eu ainda tentei argumentar, mas ela não queria ouvir.
E enquanto eu me arrumava naquele começo de noite, fiquei seriamente tentada a ligar para Mike e desmarcar.
Para quê sair com ele se eu nem ao menos estava a fim?
E ainda causando toda aquela discórdia com Jessica.
Mas agora era tarde, eu tinha aceitado e teria que ir. Pelo menos desta vez.
E estava terminando de me maquiar quando tomei um susto ao ouvir a porta se abrir.
E através do espelho, vi Edward Cullen me encarando.

**continua**


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