29 agosto 2012

FanFic: Never Say Never - Final


Never Say Never

Autora(o): Juliana Dantas
Contatos: @JuRobsten;
Gênero: Romance, drama, universo alternativo
Censura: +18
Categorias: Saga Crepúsculo
Avisos: Linguagem Imprópria, Nudez, Sexo


Atenção: Esta história foi classificada como imprópria para menores de 18 anos.

–Ainda esta aqui?
A voz de Edward chegou até mim e eu me virei.
Eu tinha passado a noite entre dormir e acordar, mas sem sair dali.
Eu tinha medo. Medo do passar das horas. Medo que qualquer minuto fosse o ultimo
Eu sorri e me aproximei, meus dedos em seu cabelos
Ele segurou minha mão e beijou o pulso
–Esta cansada, devia ir para casa
–Eu vou quando você for
Eu tentei soar animada. Soar esperançosa.
Ele deu um meio sorriso. Um sorriso triste.
–Será que um dia deixará de ser absurda?
Eu dei de ombros
–Não vou ficar longe
–Mas vai ter que ficar. Disse que ia a aula hoje
Eu fiz uma careta
–Não quero ir...

–Você vai – falou sério – não quero que perca nada por mim Bella
Antes que eu pudesse retrucar, os Cullens entraram no quarto
Eu me afastei, deixando-os com Edward
–Jasper, pode levar a Bella para trocar de roupa e se certificar que ela vá a aula? – Edward pediu e Jasper riu
–Claro que sim
–Edward, fala sério
–Você prometeu
Eu suspirei. Sim, eu tinha prometido
E mais que isto. Eu tinha prometido a mim mesma que as coisas seriam como ele queria
Se ele queria fingir que estava tudo normal. Se isto o fazia sofrer menos, eu o faria
Eu me aproximei e beijei sua testa
–Eu volto
–Não vou a lugar algum – ele sorriu e antes que eu me afastasse, suas mãos seguraram minha nunca, me puxando para um beijo.
–Eu te amo – disse contra meus lábios e eu lutei contra o nó na minha garganta
–Eu também – murmurei ao me afastar com Jasper


Jasper me deixou em frente ao prédio e eu o encarei
–Vai precisar que eu te espere?
–Não, vou tomar um banho ainda
–Não vai cabular aula, vai? - ele falou piscando e eu ri
–Nem passa pela minha cabeça
–Edward pode ser bastante mandão as vezes, acho que já percebeu
–Sim, percebi... Ontem eu falei com a médica – falei e o encarei – eu sei... que ele esta pior
Jasper ficou sério
–Não iam me contar não é?
–Ele não quer
Ele obviamente era Edward. Eu quase ri do quanto ele era absurdo, embora me chamasse assim.
–Não fique brava com ele, Bella. Edward não quer que sofra .
–Como se isto fosse possível
–Ele acha que será mais fácil...
–Mas fácil o que? Que ele...morra de repente? Acha que vai ser mais fácil? - eu pisquei para afugentar as lágrimas
–Eu sei que não é fácil. Ele é meu irmão, Bella
Eu respirei fundo
Sim, eu sofria, mas com certeza os Cullen sofriam muito também.
–Bom, será como ele quer então não é?
–Nós não concordamos com isto.
–Eu sei. Obrigada pela carona
Eu saí do carro e subi para meu quarto
Eu queria mandar minha promessa para o inferno e ficar ali, trancada, longe de tudo, remoendo minha dor. Mas havia lembranças de Edward em todos os cantos e ficar ali só me fazia sufocar, então eu tomei um banho rápido e realmente fui para a aula.
Tentei prestar atenção e absorver alguma coisa, mas era bem difícil. Meus pensamentos estavam todos em Edward.
Não dava para ficar longe dele, simplesmente não dava.
Na hora do intervalo, Jéssica apareceu
–Ei, sumida! O que aconteceu? Foi tão bom o fim de semana com o gostoso Cullen que nem ia mais voltar as aulas? - indagou sentando ao na minha frente
Eu tentei rir, mas era impossível.
E então finalmente contei tudo a Jéssica
–O meu deus, Bella, que horrível!
–Sim, é horrível
–Então ele esta no hospital?
–Sim, esta
–Eu sinto muito. Isto parece... tão cruel! Um cara tão lindo daquele...é desperdício
Eu tive que rir da lógica de Jéssica, embora não estivesse longe da verdade

Mas não era um desperdício apenas porque ele era bonito. Edward era um cara maravilhoso e merecia viver.
Eu respirei fundo, tentando mudar os rumos dos meus pensamentos
–E ai, você, me conta com quem esta saindo? - mudei de assunto e Jess começou a contar sobre seu último encontro.
Assistir as últimas aulas foi uma tortura e quando finalmente acabaram, eu peguei meu material, louca para ir para o hospital e ver Edward.
Mas quando saí do prédio eu tive uma surpresa ao ver um Volvo prata parado no estacionamento e Edward encostado nele
Eu praticamente corri em sua direção
–Que diabos esta fazendo aqui?
–Bom te ver também – ele riu
Eu toquei seu rosto, ainda pálido e com olheiras
–Edward ficou maluco? Não tinha que estar no hospital?
Ele deu de ombros
–Eu tive alta
Eu o encarei desconfiada
–Como assim? Ontem mesmo estava super mal
Ele ficou sério
–Eu continuo super mal
Eu prendi a respiração
–Não quero mais ficar naquele hospital, Bella.
–Mas você precisa!
–Eu preciso de você
–Deus, Edward, para com isto!
Ele riu, suas mãos enquadrando meu rosto
–Não quero passar meus... - ele parou, ficando sério, como se procurando as palavras certas, mas eu sabia o que ele ia dizer “meus dias” - não quero passar meu tempo naquele hospital.
–Você precisa de tratamento
–Eu terei em casa, como sempre
–Edward.... - eu mal conseguia respirar.
Ele estava desistindo e isto estava me destruindo
Eu lutava para não atacá-lo com socos e ponta pés, para não gritar feito louca.
Para não implorar que ele voltasse ao maldito hospital
–Esta tudo bem Bella. - disse suavemente, seu halito em meu rosto, suas mãos em meus cabelos
Eu respirei fundo
–As vezes amar você é bem difícil viu, Edward – murmurei
–Ainda há tempo de desistir – ele disse isto em tom de brincadeira, mas eu sabia que no fundo, havia uma verdade e o encarei, segurando com força seu rosto
–Nunca vou desistir, Edward. Nunca vou deixar você.
Ele ficou sério por um instante e eu tive medo que ele começasse de novo com aquela conversa idiota, mas ele apenas segurou minha mão, entrelaçando os dedos nos meus
–Vamos para casa então. Antes que Rose mande a polícia atrás de mim
E ele abriu a porta de trás para entrarmos e só então eu vi que Alice e Jasper estavam ali, Jasper dirigindo
–Parece que não sou confiável o bastante para dirigir - Edward disse irônico
Alice deu uma risadinha
–Acabou de sair do hospital e não queremos que estrague seu belo Volvo
–Podemos ir? - Jasper indagou dando partida
–Se vamos pra sua casa casa, preciso passar no meu dormitório para pegar umas coisas
–Eu já peguei – Alice riu
–Como assim?
–Ora, Edward tem sua chave!
Eu rolei os olhos
–Claro
–Nós, Cullens pensamos em tudo - ela piscou – e falando nisto, que roupas mais sem graças hein? Acho que precisamos fazer umas compras pra você...
Mas eu já não ouvia, porque Edward estava me beijando
Eu suspirei. Tudo ia ficar bem. Eu tinha que acreditar neste pensamento.
Nos estávamos juntos e era o que importava.
Por enquanto.

Tudo parecia normal na casa dos Cullens. Ou pelo menos eles queriam parecer assim.
Rosalie lia uma revista de moda quando entramos e ela grudou o olhar em Edward,e embora parecesse relaxada, eu podia sentir sua preocupação. Era mesma que a minha
Emmett assistia TV e Carslile e Esme apareceram vindos da cozinha
–E então, foi tudo bem? - Esme indagou com um sorriso, mas eu também podia sentir sua tensão
–Eu falei que estava tudo bem – Edward falou meio exasperado
–Não fale assim com a Esme – Rose falou fechando a revista – ela esta preocupada. Pense um pouco nela que é sua mãe quando ficar agindo feito um idiota!
E ela levantou do sofá se afastando, ouvi uma porta batendo com força em seguida
A explosão de Rose, acho que pegou a todos desprevenidos
Edward parecia tenso agora. Apertei seus dedos
Emmett desligou a TV
–Deve ser TPM – disse piscando e indo atrás de Rose, provavelmente.
Esme sorriu
–Não ligue para Rose, Bella. Ela é muito preocupada com Edward
–Rose é exagerada – Edward disse ainda irritado
Alice e Jasper não falavam nada E Carlisle parecia estar se contendo
Acho que nenhum dos Cullens estava sabendo lidar com aquela decisão do Edward.
Eu o encarei
–Edward podemos ir ao seu quarto? - falei e ele assentiu
Quando chegamos no seu quarto, fechei a porta
–Rose tem razão, Edward. Não trate sua família assim.
Ele passou a mão pelos cabelos, frustrado
–Eles me irritam com este excesso de preocupação
–é proteção. Eles não querem te perder. Será que não entende isto? Estamos todos preocupados com você!
–Eu queria que eles entendessem que eu não quero passar meu tempo, seja ele qual for, apenas pensando nisto.
–Eu sei – eu me aproximei, segurando suas mãos – é claro que eu sei. E acho que... Talvez tenha razão. Mas apenas entenda que eles amam você e querem o melhor
–O melhor para mim agora é ficar aqui.
–Eles sabem disto. Por isto esta aqui. Estão deixando você decidir. Apenas não faça nada estúpido. Senão eu mesma te interno naquele hospital.

Ele sorriu, os lábios tocando meu rosto, o nariz em meus cabelos
–Sim, senhora
Ouvimos uma batida na porta e Carlisle entrou
–Desculpa atrapalhar
Eu me afastei, meio vermelha
–Imagina, pode entrar.
–Edward, vim ver como você esta
Edward sorriu resignado, se sentando
–Esta vendo Bella, eu tenho um médico particular.
–Sim, e estarei de olho em você, já fez esforço demais por hoje
–Eu vou ver se Esme precisa de ajuda – disse saindo do quarto.
Esme e Alice estavam na cozinha, colocando a mesa do almoço
–Querem ajuda?
Esme sorriu
–Já estamos terminando. Alice vai chamar Rose e diga a ela que nem se atreva a não vir almoçar
Alice se afastou e eu fitei Esme
–Esta difícil não é?
Ela deu de ombros
–O que podemos fazer? Ele quer assim. Não acho justo...
–Eu sei. - eu me sentei, um pensamento me corroendo – acha que a culpa é minha?
Ela me encarou sem entender
–Culpa do que?
–De Edward não querer ficar no hospital.
–Claro que não. Edward faria isto de qualquer jeito
–Eu tenho medo por ele.
–Não tenha. Ele esta feliz com você. E eu estou feliz que ele tenha você
Edward apareceu seguido de Carlisle e sentou ao meu lado
–E ai, tudo bem? - indaguei e ele segurou minha mão por baixo da mesa
–Sim, tudo bem
Rosalie apareceu e parecia mais calma. Embora alguém mais observador, pudesse perceber que ela estivera chorando. Mas a maquiagem cobria o estrago.
Nós almoçamos, Alice falando de suas amenidades como se nada estivesse rolando. E acho que era melhor assim. Eu queria ser capaz de esquecer também
Queria desesperadamente esquecer.
Mas acho que ninguém esquecia, mesmo enquanto conversávamos normalmente e ríamos das bobagens de Alice ou de alguma piada de Emmet. Todos nós sabiamos que o tempo estava contado.

Quando acabamos de comer, fomos para a sala e eu reparei que Edward parecia mais cansado
–Acho que precisa deitar – falei
–Bella...
–Bella tem razão – Carlisle disse – vá descansar. Já fez esforço além da conta hoje e se piorar terá que voltar para o hospital é isto que quer?
Edward se deu por vencido e fomos para o quarto
Eu me deitei ao seu lado
–Não precisa ficar aqui Bella
Eu rolei os olhos
–E eu ia estar onde? Fazendo as unhas da Rosalie?
Ele riu, os dedos bagunçando meus cabelos
–Gosto de ter você aqui. De olhar para você – falou com a voz sonolenta
Eu me inclinei e beijei seus lábios levemente
–Durma. Eu não vou a lugar algum
–Eu também não deixaria – ele murmurou e adormeceu
Mas eu permaneci acordada.
Carlisle apareceu algum tempo depois, muito profissional, com as medicações de Edward, que pareceu ainda mais sonolento depois de tomá-las
Eu encarei Carlisle
–Como ele esta?
–Estamos tentando. A medicação agora é mais forte, mas ele ainda esta fraco. A tendência é piorar, o efeito do remédio não é tão forte agora
–Ele sente dor?
–Um pouco, mas o remédio ajuda. - ele fechou a maleta – me chama se precisar de algo
–Tudo bem.
As horas passaram e eu acabei adormecendo
Quando acordei, já era noite e eu despertei com Edward saindo da cama
–Onde vai? - indaguei preocupada e ele riu
–Apenas ao banheiro, Mamãe – falou irônico
–se eu fosse sua mãe, você teria apanhado muito, Edward e não seria tão mimado – falei e comecei a ficar preocupada quando ele não voltou. Indo atrás dele, o encontrei tirando a roupa.
–Vou tomar um banho, posso enfermeira?
Eu rolei os olhos
–Você é muito engraçadinho, não pense que não posso te agredir
Ele riu e eu liguei a água da banheira
–Podia se juntar a mim – ele disse entrando na água
–isto parece meio pervertido, afinal sou sua enfermeira – eu me ajoelhei ao seu lado
–Ora, Bella, não conhece as fantasias masculinas?

–enfermeira, sério? - levantei a sobrancelha
–talvez eu compre um uniforme para você
Eu ri
–Que idiota
–é, estou brincando. Sempre achei estas fantasias bobas.
–duvido
–é sério. Todas as minhas fantasias são com você, mas atualmente sou quase um eunuco, então não há perigo de entrar aqui
Eu ri e acabei tirando a roupa e entrando
Encostei minha cabeça em seu ombro, sentindo seus braços a minha volta e fechei os olhos
E simplesmente ficamos ali, sem dizer nada.
E eu não precisava de mais nada.

Eu o fiz por um pijama e deitar novamente quando saímos da banheira e ele estava com tontura
–Esta levando muito a sério seu papel de enfermeira, senhorita Swan.
–Cala a boca e fica aí. Vou chamar seu pai
Eu chamei Carlisle que foi ver Edward com Esme
Os irmãos de Edward estavam na sala
–O que foi? - Rose indagou
–Ele sentiu uma tontura apenas
–Ele devia estar no hospital
–baby, pare de se torturar – Emmett beijou seu ombro
–eu concordo com um pouco com você, Rosalie, mas também acho que se ele quer ficar aqui... - eu disse
Ela respirou fundo se levantando
–Eu sei. Vou lá atazaná-lo um pouco, quem sabe assim ele cansa de ficar aqui?
Eu ri
–Deviam ir todos – falei
–Alice sorriu
–A gente achou que ele queria ficar sozinho com você
Eu fiquei vermelha
–Vocês estavam brincando de médico? - Emmett piscou e eu fiquei mais vermelha ainda, fazendo Emmett rir
No fim todos ficaram um pouco com Edward, que pareceu nao se importar em estar com os irmãos e quando eles se foram eu me deitei ao seu lado.
–Acho que gosto dos seus irmãos
Ele riu
–Não tem mais medo dos Cullens?
–Talvez um pouco da Alice com sua mania de querer mudar meu guarda-roupa

–Você tem sorte te ter sido adotado por eles - falei
Ele sorriu, os dedos nos meus cabelos e eu o encarei
–Talvez eu seja um cara de muita sorte.
Eu tentei ver alguma angústia em seu olhar. Mas não havia nenhuma
–Eu sou um Cullen
Nós rimos
–Isto é muita coisa – brinquei e ele sacudiu a cabeça afirmativamente
–Claro
E então seus dedos tocaram meu rosto
–E eu tenho você.
–Sim, é um cara de muita sorte – rolei os olhos e ele riu, beijando minha boca e eu deitei a cabeça em seu peito, não querendo que ele visse a tristeza no meu olhar
–você faz tudo valer a pena, Isabella Swan – murmurou sonolento e eu fechei os olhos
Querendo eternizar aquele momento.

Eu adormeci e quando acordei, parecia de manhã, mas muito cedo.
Abri os olhos, imediatamente querendo ver Edward e me deparei com ele acordado
–Olá
–Esta tudo bem? - indaguei preocupada, tocando seu rosto.
Ele parecia tão pálido, as olheiras mais escuras
–Há quanto tempo esta acordado?
–Há algum tempo
–Esta sentindo alguma dor?
Ele sorriu, mas eu percebi que ele não estava nada bem
–Edward, porque não me chamou? Eu vou chamar seu pai... - falei, mas ele segurou meu braço
–Ele já esteve aqui, Bella
–Devia ter me acordado
–Eu não tive coragem
–Não faz isto, Edward – reclamei – não me deixe de fora. Eu não estou aqui para ficar de fora!
Ele ficou sério
–Esta tudo bem Bella, apenas tomei minha medicação. Não é nada
Eu respirei fundo, tentando soar calma, mas era difícil
E Edward percebeu
Seus dedos tocaram meu rosto
Ele parecia angustiado agora
–Não posso ver você sofrendo
–Eu estou bem – desviei o olhar
Ele sorriu tristemente
–Eu devia ter mandado você embora. Devia estar na faculdade. Com seus amigos. Com um namorado que não tivesse com os dias contados.
Eu o encarei e ele parecia tão desolado. Era de partir o coração
–Não esta falando sério
Ele sorriu

–Não, claro que não. Eu sou um idiota. Não consigo deixar você ir embora.
–Sim, é um idiota. Principalmente por tentar ficar me polpando quando eu escolhi estar aqui.
–Acho que você sabia não é? Por mais que eu tentasse te polpar – sua voz era era tão triste quanto seu rosto – eu só queria ter mais tempo. Tempo com você
Eu me inclinei sobre ele e segurei seu rosto
–Edward, não importa se são alguns dias, semanas, meses, anos. Eu quero ficar com você. Você faz tudo valer a pena – repeti suas palavras e respirei fundo – então para de ser idiota e me deixa cuidar de você. Eu não vou a lugar algum. Estamos juntos. Até o fim.
Ele sorriu
–O que eu fiz pra você me amar?
Eu dei de ombros
–é que você é incrivelmente lindo – e o beijei, e senti sua tensão diminuindo
Ele riu
–esta com fome? - indaguei
–vai me servir café na cama?
Eu rolei os olhos, me levantando
–Acho que posso te mimar um pouco
–Acho que gosto disto
Eu saí do quarto
Conforme eu ia me afastado, minhas mãos começavam a tremer
E quando cheguei na cozinha eu inteira tremia. Da cabeça aos pés.
Me segurei na pia. O nó na garganta se desfazendo e o choro que eu vinha tentando conter se rompeu
Deus, era demais pra mim. Eu não ia aguentar.
Eu já não estava aguentando.
Eu não conseguia vê-lo se definhando na minha frente, perdendo um pouco mais de vida a cada hora que passava.
Tendo que me conformar que aquele podia ser o ultimo dia.
Eu estava tão perdida, que não percebi os passos de aproximando até que senti que havia mais alguém ali. Quando me virei me deparei com Rosalie.
Ela não falou nada, apenas se aproximou e me abraçou
Eu eu chorei ainda mais.
–Eu não consigo deixá-lo ir. - murmurei algum tempo depois – como é que eu faço para deixá-lo ir?
Rose se afastou e me fez sentar a mesa e sentou na minha frente
–meu pai morreu de leucemia – disse – eu o vi. Tudo o que acontece com Edward, é como uma repetição. Acho que por isto que é pior para mim agora.
–Eu sinto muito

Agora eu podia entender o que ela sentia. Toda aquela preocupação com Edward.
–Eu sempre tentei acreditar que com Edward seria diferente. Eu queria que fosse. Mas é dolorosamente igual.
Eu enxuguei meu rosto, tentando me acalmar.
Aquela garota na minha frente, tão perfeita, estava perdendo o irmão
E já tinha perdido o pai. Não era justo. Nada daquilo era justo.
Ela se levantou, enxugando o rosto também
–Vou fazer um chá
–Eu disse que vinha preparar o café para Edward – murmurei e ela riu
–Que mimado
Eu ri também
–é o que eu digo sempre.
Nos ficamos em silencio enquanto nos mexíamos pela cozinha e ela me ajudou
Eu estava servindo chá numa xícara quando o telefone tocou
Ela atendeu
–Alô? Sim, é Rosalie Cullen... O que? - ela ficou ouvindo em silêncio e seu rosto empalideceu.
Eu parei o que estava fazendo e a encarei – tem certeza disto..? Sim, tudo bem. Obrigada. Eu ligo de volta.
Ela desligou. Suas mãos tremiam.
–O que foi? - indaguei e ela me encarou muito branca
–Era do hospital. Acharam um doador compatível com o Edward
A xícara escapou da minha mão e se espatifou aos meus pés

–Tem certeza? - indaguei sem conseguir acreditar no que tinha ouvido.
Seria mesmo possível? Depois de tanto tempo esperando?
Ela sacudiu a cabela afirmativamente
–Sim, eles querem que o Edward vá ainda hoje fazer os exames e... Oh meu Deus, nem posso acreditar
Eu me sentei, minhas pernas bambas
Meu coração batendo desordenado
Uma esperança. Ainda havia esperança.
–Vou acordar meu pai... - Rose falou – mas temos que contar ao Edward... O deus, nem sei o que fazer.
Eu me levantei
–Vai acordar seu pai. Eu vou contar ao Edward
Peguei a bandeja e fui para o quarto
Nem sei como consegui chegar lá de tanto que eu tremia
–Ei, achei que tinha fugido – Edward disse sorrindo
Eu coloquei a bandeja a sua frente.
Encarei seu rosto pálido, os cabelos desalinhados. Ainda assim tão lindo.
Meu coração ameaçando explodir no peito ao pensar que até poucos minutos eu estava totalmente sem esperança e agora...
–Ei, o que foi? - ele indagou me encarando
–Edward... - eu não consegui falar, rompendo num choro convulsivo, escondendo o rosto entre as mãos.
Edward me encarou apavorado
–Bella, esta me assustando...
–Edward.... - eu respirei fundo o encarando – Ligaram do hospital. Acharam um doador – murmurei
Ele me encarou muito serio. Vários sentimentos passando por seu rosto: Surpresa, Incredulidade, esperança.
–Esta falando sério? - murmurou
E eu ri, em meio ao meu choro e segurei seu rosto
–Sim, eles falaram com Rosalie, você precisa ir la hoje, fazer vários exames e... Deus, eu nem acredito.
Ele passou a mão pelos cabelos, respirando fundo
–Será mesmo possível? Depois de todo este tempo...
–Sim, é.
–Eu não sei...
Eu o obriguei a me fitar
–Edward, olha pra mim. Vai dar tudo certo. Esta acontecendo. Você vai fazer um transplante.
–Deus... Isto é surreal – ele parecia estupefato. Como se ainda não acreditasse, mas sorriu para mim
E havia um fio de esperança em seu sorriso
E ele me abraçou.
E depois de dias eu pude finalmente voltar a acreditar.

Edward fez todos os exames e finalmente se comprovou que ele poderia mesmo fazer o transplante.
Nós sentamos em frente a médica, que nos explicou como seria.
–Você será internado para começar a preparação. Terá que ser feito uma especie de quimioterapia antes,mais não é uma quimio total,porque é como se você tivesse que limpar a medula doente. Mais precisa de algumas células para que a medula nova pegue. 

Então normalmente se faz uma ou duas doses de um quimioterapico e faz o transplante. Que é como se fosse uma doação de sangue.
–E depois? - Edward indagou.
–Pronto,espera a medula pegar.
–E se não pegar?
–Edward, estamos encarando todas as possibilidades. Se a medula pegar, você esta curado. Mas também há a possibilidade de rejeição.
Eu apertei seu braço.
Edward parecia entre esperançoso e cético.
–Certo – ele disse por fim – então vamos fazer – mas eu quero que comece tudo amanhã – disse
–Edward – eu comecei a falar
–Não, eu estarei do mesmo jeito amanhã, é somente um dia de espera.
–Mas...
–Carlisle, é possível não é?
Carlisle encarou a doutora Luciana
–Sim, é possível, precisamos começar o mais rápido possível, mas realmente podemos esperar mais um dia.
Eu não gostei daquilo. Porque Edward tinha que ser tão teimoso?

–Não fique preocupada – ele disse quando estávamos no carro
–podia ter começado tudo hoje – murmurei e ele sorriu
–Não fará diferença
Eu não entendia aquele comportamento dele até chegarmos em casa.
Ele parecia com uma nova saúde agora, mais disposto e nos sentamos para ficar com seus irmãos.
Tudo parecia diferente, todos nós estávamos esperançosos.
E quanto jantávamos com sua família eu finalmente entendi
Ele estava de alguma forma, se despedindo.
Ele estava cogitando a outra possibilidade.
Meu coração se apertou, por que eu não podia cogitar aquilo. Tinha que dar certo.
Depois nós fomos para o quarto e eu me deitei ao seu lado, bem perto dele, seus dedos brincando com meus cabelos.
Não falamos nada por algum tempo.
Amanhã ele estaria no hospital, internado, fazendo quimioterapia, que era algo tão agressivo.
Mas era preciso.
–Esta com medo? - indaguei
–eu tenho medo de deixar você
Eu o encarei
–nós podemos qualquer coisa juntos, não percebe
Ele sorriu e então de repente ficou sério
–casa comigo?

–Não – respondi
–Oh
Eu sorri
–Edward, isto não é uma despedida. É apenas o começo.
Ele sorriu de volta, seus dedos se infiltrando em meus cabelos
–Tão absurda
–Não, não é absurdo. Você vai fazer o transplante e tudo vai ficar bem. Nós vamos voltar para a faculdade, vamos nos formar, aí eu vou arranjar um emprego, porque de maneira alguma serei uma desocupada como suas irmãs. Nem pensar. E você pode tentar me convencer a casar com você. E se tiver sorte em alguns meses posso aceitar seu anel e nós nos casaremos. Provavelmente em Forks, por que meu pai vai querer assim e acho que você não vai querer contraria o chefe Swan. E será lindo, o mais bonito que a cidade já viu, afinal será o casamento de um Cullen e eu provavelmente ficarei bem irritada com sua irmã Alice querendo arrumar tudo. Mas no fundo não vou me importar, porque a única coisa que me importará é você. E nós passaremos a lua-de-mel em alguma ilha com bastante sol e faremos amor o dia inteiro e de todas as maneiras e talvez eu fique grávida na lua-de-mel. Acho que isto não será um problema. Afinal eu quero ter um bebê seu.
Ele sorriu
–Já tem tudo planejado hein?
Eu me inclinei tocando seus lábios
–Nós vamos ficar juntos pra sempre. Não parece bom pra você?
Ele me abraçou, e rolou por cima de mim e eu adorei sentir seu bem vindo peso
–Parece perfeito.
–Eu te amo Edward. Pra sempre.
Ele sorriu e me beijou
–E você é minha vida. Pra sempre

E eu realmente não sabia o que o amanhã nos reservada, mas uma coisa era certa. Nós ficaríamos juntos. Até o fim.

3 anos depois

Era um dia de sol.
E eu caminhei sozinha por entre as pessoas e recebi meu diploma.
Dali podia ver meu pai sorrindo, todo orgulhoso.
Jacob assoviou e eu rolei os olhos.
Minha mãe e Phill eram mais contidos, embora eu podia ver de longe que ela estava bem feliz por mim.
E então Os Cullens mais atrás.
Claro que eles eram o centro das atenções. Lindos, ricos e bem vestidos, porque Alice não podia deixar por menos.
Eu sorri para eles, mas senti uma pontinha de tristeza. Faltava alguém ali.

Suspirando, eu voltei ao meu lugar.
Sentei ao seu lado e ele segurou minha mão
Seu sorriso lindo ainda me deslumbrava.
–o que vamos fazer agora? - Edward indagou, todo bonitinho vestindo sua beca.
–qualquer coisa. Temos toda a vida pra decidir. - ele se inclinou e me beijou e só parou quando meu pai pigarreou irritado e nós nos separamos rindo.
Três anos haviam se passado desde o transplante de Edward e como eu previra, dera tudo certo.
A medula fora perfeita e ele se recuperada muito bem.
Eu fiquei com ele o tempo inteiro, mesmo quando insistiu que eu voltasse a faculdade. Mas não tinha acordo. Não ia sair do seu lado.
Nós acabamos voltando juntos depois.
–Bom. Finalmente acabado – Edward disse, enquanto caminhávamos em direção ao Volvo.
Estávamos no mesmo lugar no campus onde eu tropeçara nele, tanto tempo atrás.
–Uma pena Rosalie não estar aqui – falei
–Ela é tão chata que estaria reclamando de alguma coisa
Eu ri
–Para de implicar com sua irmã
–Olha só quem esta aqui – ele disse e eu segui seu olhando vendo Rosalie emergir de dentro do carro vermelho chamativo
Ela carregava um bebê no colo
–Graças a Deus acabou, eu não estava aguentando mais!
Eu ri quando ele me lançou um olhar de “eu não te disse” enquanto Rosalie colocava a criança no meu colo, que parou de chorar imediatamente
–Você que insistiu em ficar cuidando de Renesmee, Rosalie – Edward falou irônico
–Pois ela é bem difícil as vezes, acho que puxou a você! Bem, vou procurar o Emmett!
Ela se afastou numa nuvem de perfume caro e cabelos loiros e Edward abriu a porta do Volvo, retirando nossa filha do meu colo e a colocando na cadeirinha atrás do carro.

Pois é, nem todos meus planos ensaiados tinham dado certo.
Renesmee tinha atropelado todos eles ao aparecer, sem aviso algum.
E claro, eu tive que aceitar o pedido de casamento de Edward, mesmo porque meu pai teria um troço se fosse diferente.Mas pelo menos o casamento fora como previsto: Em Forks, grandioso e com Alice dando pitaco em tudo. E nossa lua-de-mel fora mesmo numa ilha ensolarada. E lá se foi mais um tempo fora da faculdade e desta vez foi Edward quem se recusou a sair do meu lado.
Nós entramos no carro e Edward deu partida.
–para onde, senhora Cullen?
–para casa.
Eu sorri. Muito satisfeita com o meu para sempre.

**fim**


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