25 agosto 2012

FanFic: Never Say Never - Capitulo 26


Never Say Never

Autora(o): Juliana Dantas
Contatos: @JuRobsten;
Gênero: Romance, drama, universo alternativo
Censura: +18
Categorias: Saga Crepúsculo
Avisos: Linguagem Imprópria, Nudez, Sexo

Atenção: Esta história foi classificada como imprópria para menores de 18 anos.

Meu quarto parecia estranhamente vazio sem Edward ali.
Era como se ele sempre tivesse feito parte do meu mundo.
Mas agora ele se foi. Estava com os Cullens. E eu só queria que ele estivesse ali comigo.
Quando o telefone tocou ,enquanto eu tentava me concentrar na leitura de um livro qualquer, eu não imaginei que fosse ele, mas meu coração deu um salto mortal ao ouvir sua voz.
–Oi.
–Agora tem meu número é? - indaguei sorrindo.
–Alice conseguiu. Ela consegue o que quer. O que aconteceu com o celular?
–Joguei fora.
Ele riu do outro lado da linha.
–Ah Isabella, tão absurda.
Fechei os olhos.
–Deveria estar aqui. – murmurei.
–Queria estar aí com você.
Eu quis dizer que ele poderia estar. Que ele poderia voltar.
–Amanhã nos veremos na aula. - disse por fim.
–Parece que todo tempo do mundo não é suficiente.
–Tem que ficar com sua família também. – e tomar seus remédios, queria completar. Mas acho que ele não gostaria de ouvir isto.
–Eles me irritam.
–É sua família. Eles se preocupam.
–A vida é minha para viver do jeito que eu quiser.
Eu podia sentir a frustração e a irritação na voz dele. Isto me deixou com o coração apertado.
–Edward...
Ouvi ele respirar fundo do outro lado da linha.
–Esquece, Bella. Não liguei para descontar minha irritação em você.
–Não deveria ficar bravo.
–Eu sei. Mas às vezes...
–Eu entendo. - respondi e ouvi uma voz feminina o chamando.
–Era disso que estava falando. – ele disse, mas agora sua voz tinha um tom de divertimento. – Alice está me chamando. Preciso desligar.
–Tudo bem. Nos vemos amanhã na aula?
–Amanhã.
–E todos os dias.
Ele riu.
–Pra sempre.

E quando ele desligou, minha felicidade tinha um toque amargo.
O nosso pra sempre poderia ser bem breve.
E eu ainda não estava preparada para pensar nisto.

No dia seguinte eu caminhei pelo campus ansiosa, mas quem me encontrou não foi Edward e sim Jéssica.
–Olha só a furona!
–Jess!
–Edward ao menos falou que eu te liguei ontem?
–Eu estava com ele.
–Mas claro! - ela rolou os olhos. – Quando vamos sair?
–Podemos marcar. – falei evasiva, e então eu vi o Volvo estacionando e tudo mais deixou de existir. – Jess, nos falamos depois, ok?
–Como assim, eu...
Mas eu já estava caminhando em sua direção, como se um imã invisível nos conectasse.
Fazia apenas horas que não nos víamos, mas pareciam anos.
Ele sorriu ao me ver e me recebeu em seus braços, seus lábios em meus cabelos. E eu derreti nele.
O lugar mais perfeito do mundo.
Como eu podia perder aquilo? Só de pensar minha alma já se escurecia em dor.
Joguei para o fundo da mente aquele pensamento obscuro quando o encarei, recebendo sua boca na minha, até que não tivéssemos mais fôlego e meu corpo estivesse tão mole feito geléia.
–Aula? - ele disse por fim e eu lutei para respirar.
–Aula. - concordei e nós seguimos para o prédio.

Na hora do intervalo, ele estava me esperando na porta da sala e nós seguimos para o refeitório e de longe eu vi Jéssica acenando.
Puxei Edward.
–Vamos pra biblioteca? A Jéssica já está me cansando.
Edward riu e me seguiu.
–Não quer comer?
–Estou sem fome.
Nós entramos na biblioteca.
–Quer mesmo ficar aqui?
–Posso aproveitar pra copiar umas anotações das aulas que perdi. – respondi me sentando e pegando o caderno.
–Por que é amiga da Jéssica se ela te irrita? - Edward indagou, sentando ao meu lado.
–Eu gosto dela, é legal, mas agora ela quer saber de todos os detalhes do nosso relacionamento. – rolei os olhos e Edward riu mais ainda.
–Diz que não quer contar e pronto.
Eu lhe lancei um olhar exasperado.
–Você não conhece a Jéssica, ela é uma força da natureza.
–Conheço alguém assim. Alice.
–Alice parece ser bem legal.
–Quando não se mora com ela.
–Não fala assim. Sei que você gosta dela.
–Claro que gosto. Mas ela me irrita às vezes.

–Tá vendo. É o que eu quis dizer!
Ele apenas riu e eu senti seus dedos deslizando pra cima e pra baixo no meu braço. Era muita distração pra uma pessoa como eu. Altamente sensível a qualquer coisa que dissesse respeito a Edward Cullen.
–Se vai ficar fazendo isto, melhor que estejamos sozinhos. – eu o encarei. Seu rosto muito próximo causava um frisson na minha barriga.
Mas Edward se afastou, tirando as mãos de mim.
–Longe de mim te atrapalhar.
Eu mordi os lábios e fechei o caderno, me aproximando de novo.
–Quer saber? Acho que pode continuar a me distrair e o puxei pelo colarinho, para colar minha boca na dele.
Era muito fácil esquecer de tudo quando estávamos assim.
–Vamos embora? - pedi quando parei para respirar, mas Edward me beijou de leve e se afastou, desgrudando meus dedos de sua camisa.
–Se concentre nos seus estudos, Bella.
Fiz uma careta.
–Por que só eu? Também não perdeu aula não?
Ele deu de ombros.
–Acho que precisa mais do que eu.
Eu senti um aperto no peito.
–Odeio quando fala assim. – murmurei com os lábios trêmulos.
Ele ficou sério.
–Me desculpe.
Ele parecia culpado.
Respirei fundo, afastando a raiva para longe e segurei sua mão.
–Se eu tenho que me concentrar, você também tem. Nós vamos nos formar juntos. – repliquei com uma certeza que estava longe de sentir.
Mas que eu precisava sentir.
Ele sorriu.
–Vai estar comigo até lá?
Rolei os olhos .
–Quem está sendo absurdo? Eu vou estar com você pra sempre. Nem pense em se livrar de mim.
Ele sorriu e beijou minha mão.
E naquele momento eu queria acreditar que nosso pra sempre durasse muito tempo.
Uma vida inteira.

Estar com Edward era perfeito.
Nós saímos depois da aula para almoçar e fomos para uma livraria.
Edward riu do meu entusiasmo me chamando de nerd e eu lhe lancei um olhar exasperado.
–E todos aqueles livros no seu quarto?
Ele deu de ombros.
–Acho que sou um nerd também.
–Eu acho que é só pra impressionar garotas nerds como eu.
Ele riu.
–Achei engraçado que tenha pensado que eu era apenas um rostinho bonito.
Eu fiquei vermelha.
–É muita coisa pra uma pessoa só, tem de convir. Você ser incrivelmente lindo e ainda inteligente. Não é justo. Ainda um Cullen. – acrescentei.
–Muitos absurdos, como sempre. Não sou perfeito.
–Pra mim é. – e fiquei na ponta dos pés para beijar seu queixo. - Meu namorado perfeito.
E ia me afastar para continuar olhando as estantes, mas ele me puxou, para me beijar.
Eu já nem sabia onde estava quando terminou.
–Vamos embora? - pedi com um milhão de pensamentos perversos rondando minha mente e Edward sabia disto.
Ou melhor, tenho certeza que todos estes pensamentos também rondavam sua mente, pois ele não fez objeção e segurou minha mão, me puxando para fora.
–Vamos.
Ainda fazia frio e chovia fracamente, e eu me encolhi ao seu lado enquanto corríamos até o carro.
Alguns minutos depois, Edward parou em frente ao prédio dos Cullens.
Eu me perguntei o que estávamos fazendo ali.
–Fique aqui, eu já volto, tudo bem?
–Ok, eu espero.
Ele saiu do carro e eu liguei o som. Alguma música clássica desconhecida encheu meus ouvidos.
Eu me perguntava o que Edward estaria fazendo.
Minutos depois ele voltou e trazia uma pequena mochila.
Levantei a sobrancelha.
–Vai a algum lugar?
Ele deu partida.
–Achei que tinha me convidado pra ir pra sua casa.
Eu sorri, as borboletas dançando no meu estômago.

–Vai ficar então?
–O convite não inclui o pernoite?
Eu ri.
–Inclui todas as noites que quiser.
–Foi o que pensei.
–Mas, você pegou seus remédios? - indaguei e quis morder a língua.
Ele acenou.
–Sim, peguei. – respondeu meio a contragosto.
Eu olhei a paisagem pela janela.
Isto era bom, não era?
Então por que eu sentia aquele peso em meu peito?
Mordi os lábios com força, tentando fazer o nó na minha garganta a se desfazer.
Eu tinha escolhido ficar com ele. Então tinha que ser assim.
Quando chegamos no meu quarto eu já tinha jogado pro fundo da mente aqueles pensamentos sombrios e só me lembrava que parecia anos que não sentia sua mãos em mim, seu corpo no meu.
Ele riu quando fechei a porta e o ataquei com beijos, o empurrando em direção a cama, e em pouco tempo estávamos numa confusão de mãos, tirando as roupas do caminho. Pedacinhos de felicidade explodiam em minha mente, refletiam em meu corpo, que tremia, vibrava, esquentava, por onde suas mãos finalmente deslizavam.
Minhas próprias mãos estavam ávidas em seu corpo perfeito, meus lábios seguindo o mesmo caminho, seu gosto em minha língua. Seu cheiro me embriagando, e enevoando meus sentidos
–Senti tanto a sua falta ontem. – murmurei contra seu pescoço, meus dedos torcendo seus cabelos, enquanto sentia seu toque em meus seios, e depois sua língua no mesmo lugar. Fechei os olhos, gemendo alto, me contorcendo e o puxei para beijá-lo, meus dentes castigando seu lábio e foi sua vez de gemer. Sua mão desceu por minha pele e eu tremi em antecipação, erguendo o quadril, o convidando, e ele pousou os dedos entre minhas pernas e eu derreti nele, meu corpo inteiro agora queimando, implorando.
–Por favor, Edward. – pedi num sussurro.
Ele sorriu, a respiração pesada em meu rosto.

–Também senti sua falta. – disse e então veio para mim, e eu perdi o fôlego por alguns segundos, tamanho o prazer que senti. E não tinha mais nada a ser feito, a não ser me unir a ele, me mover com ele, seus gemidos fazendo eco com os meus, até explodir num orgasmo intenso e efêmero e eu me agarrei a seus ombros, enquanto os espasmos me traspassaram, me roubando o ar.

E ainda estávamos ali, deitados preguiçosamente, acariciando seus cabelos suados, enquanto sentia seus dedos deslizando por minhas costas, quando alguém bateu à porta.
Abri os olhos e Edward me encarou com as sobrancelhas levantadas.
–Espera alguém?
–Claro que não!
Bateram na porta de novo.
Eu soltei uma imprecação.
–Que inferno, só pode ser a Jéssica!
Me levantei e Edward fez menção de fazer o mesmo.
–Não, fica aí, já tá na hora de dispensar ela pra sempre! Que enxerida!
Coloquei a camisa de Edward e abri a porta.
Mas não era Jéssica quem estava ali.
Era meu pai.

–Pai! - murmurei chocada.
–Oi, Bella. – ele me mediu.
–O que está fazendo aqui? - indaguei horrorizada.
–Ora Bella, que pergunta! Sei que não avisei, mas...
–Pai, pode esperar só um minuto? - pedi, tentando pensar num jeito de amenizar aquela situação.
O que era bem difícil.
–O quê? O que está acontecendo? – seus olhos se estreitaram. – Tem alguém ai com você? - ele me mediu.
–Só um minuto, pai! - e fechei a porta.
–Oh meu deus, ele vai me matar.
–Provavelmente vai matar a mim. – Edward falou com um sorriso nervoso.
Peguei sua calça do chão e joguei para ele.
–Veste a roupa rápido.
Edward começou a fazer o que mandei.
–Está usando minha camisa.
–Oh droga! - murmurei tirando a camisa e jogando pra ele enquanto procurava minhas próprias roupas no chão, as vestindo rapidamente.
Meu pai bateu na porta.
–Bella, está tudo bem? Quem está aí com você?
–Acho melhor abrir antes que ele arrombe. – falei me certificando que Edward estava vestido.
Meu pai me fitava entre nervoso e desconfiado.
–O que foi isto?
–Oi, pai, entra. – pedi, sem fôlego.
E quando ele entrou sua desconfiança se tornou certeza.
Eu só torcia para que ele não estivesse armado.
–Oi, Chefe Swan. – Edward falou educadamente.
–Edward Cullen? - meu pai indagou surpreso e me fitou. - O que Edward Cullen está fazendo no seu quarto, Bella? - sua voz aumentava gradativamente, conforme sua mente ia trabalhando e entendendo muito bem o que Edward estava fazendo ali.
–Pai, não há motivo pra ficar bravo, ok? – falei, tentando soar calma.
–Não há motivos? - seus olhos foram de mim pra Edward e eu imaginava o que ele estava vendo.

Meus cabelos desgrenhados, as roupas abotoadas de qualquer jeito e Edward estava no mesmo estado.
E meu rosto se tingiu de vermelho quando seu olhar foi para a cama, com os lençóis desfeitos.
E então eu vi sua expressão ir mudando entre enfurecido e constrangido.
–Alguém pode me explicar o que está acontecendo aqui?
–Pai, quer mesmo detalhes? - indaguei corajosamente porque sabia que só assim pra Charlie não explodir.
E ele ficou mais vermelho do que eu.
–Chefe Swan, sei que está surpreso de me ver aqui. – Edward começou a falar. – Talvez Bella ainda não tenha te contado, mas estamos namorando.
–Namorando? - agora ele estava mais surpreso ainda e me encarou. – Está namorando Edward Cullen?
–Sim, pai, estamos. – confirmei.
Charlie ficou em silêncio por alguns instantes absorvendo a informação.
–Edward, você já ia embora, não é? - falei o olhando significativamente.
Era melhor que eu tratasse de Charlie sozinha.
–Sim, já estou indo. – ele disse entendendo. – Até logo, Charlie. – ele falou e meu pai resmungou algo.
Eu lhe lancei um olhar de desculpas.
–Vai ficar tudo bem. – ele disse se afastando e eu fechei a porta, encarando Charlie.
–Ia me contar quando esta novidade?
–Pai, é que faz pouco tempo que está rolando. Estamos namorando há poucos dias.
–E ele já está aqui no seu quarto...?
–Pai!
–Ora, Bella!
–A gente está namorando há poucos dias, mas já temos algo faz tempo, ok?
–Há quanto tempo? Quando esteve em Forks?
–Antes.
–E o cara que estava saindo?
–Era o Edward, pai.
–Ah, por que não me disse?
–Porque não era da sua conta e eu nem sabia que conhecia os Cullens, que eles moravam em Forks! Foi uma surpresa encontrar o Edward lá.
–Sua mãe sabia disto?
–Sim, sabe de tudo.
–Pra sua mãe você conta tudo, não é?
–Ah pai, não começa!
–Se eu não os pegasse em flagrante não ia ficar sabendo nunca.
–Não exagera, claro que eu ia te contar. É que tudo andou uma confusão por um tempo... E, afinal, por que não avisou que vinha?

–Você pareceu bem estranha ultimamente, não quis ir pra casa no Natal, nem com Jacob. Fiquei preocupado de te avisar e você pedir que eu não viesse.
–Eu nunca faria isto.
–Agora entendo o que está acontecendo...
–E como está Jacob?
–Está bem, acho. Ele anda meio sumido. Desconfiei que aconteceu alguma coisa quando ele esteve aqui.
–Bom, eu tive que dizer a ele com todas as palavras que nunca ia rolar nada entre nós.
–Ah, agora entendo. Deve ter magoado o garoto, Bella.
Eu me senti culpada, como sempre me sentia ao pensar em Jake.
–Eu sei. Mas foi melhor assim. Eu gosto dele apenas como amigo.
–Certo. E então quando é que este seu namorado vai fazer as coisas direito e conversar com seu pai?
Eu rolei os olhos.
–Pai, não seja antiquado!
–Convida ele pra jantar com a gente hoje. Vamos ter uma conversa.
–Pai, por favor...
–Não discute, Bella.
E a contragosto eu liguei pro celular de Edward e disse que meu pai queria jantar com a gente.
–Devo ir com colete à prova de bala?
–Isto não tem graça. – murmurei e ele riu.
–Tudo bem, Bella. Eu passo aí daqui a pouco para pegar vocês, ok?
–Certo.

Aquilo não ia dar certo, pensei apreensiva, quando estávamos no restaurante e meu pai começou com suas perguntas.
–E então, quais suas intenções com a minha filha?
–Pai!
Mas Edward segurou minha mão por baixo da mesa, a apertando, me mandando uma mensagem para me acalmar.
–As melhores possíveis.
–Eu espero que seja mesmo! A Bella é uma moça de família e eu estou de olho.
–Ah deus, pai, pára com isto!
–Então se aprontar alguma ou se magoar minha filha...
–Eu nunca ia magoar e Bella, Chefe Swan.
–Edward, nem precisa responder a estas coisas, meu pai está sendo exagerado. – falei irritada.
–Seus pais sabem que estão namorando?
–Sabem sim. Eles estão aqui na cidade no momento.

–Uma pena. Forks perdeu um bom médico.
–Vou falar isto pro meu pai. Tenho certeza que ele gostaria de voltar para Forks. Eles ainda têm a casa na cidade.
–Sim, seria ótimo.
Depois disto meu pai pareceu relaxar e parou de fazer perguntas inquisitivas a Edward ou ameaças.
Mesmo assim, eu só queria que a noite terminasse.
Mas quando ela finalmente terminou, não foi do jeito que eu queria.
Edward parou o carro em frente ao meu prédio e meu pai saltou.
–Bella, se despeça do seu namorado e vamos subir.
–Vai ficar aqui? – indaguei surpresa. Meu pai sempre ficava em um hotel.
Mas claro que ele estava com ciúmes do Edward e ia ficar me vigiando.
–Claro que sim.
Eu me voltei para Edward, enquanto meu pai esperava impaciente na calçada.
–Eu sinto muito por isto tudo.
Edward sorriu.
–Tudo bem, ele é seu pai.
–Ele é um chato.
–Só está cuidando de você.
–Então isto é um boa noite. – e me inclinei para ele me beijar, mas Charlie bateu no vidro.
Edward segurou o riso, se afastando.
–Melhor ir, antes que ele comece a atirar.
–Não duvido nada! Até amanhã na aula!
–Até amanhã.
Eu subi com meu pai e preparei uma cama pra ele no chão.
–Podia ficar num hotel muito mais confortável. – falei.
–Sou da policia, Bella. Não preciso destas frescuras.
–Você quer é se certificar que o Edward não ia dormir aqui.
–Como se fizesse alguma diferença, já que peguei você usando a camisa dele em plena tarde!
–Pai!
–Tudo bem, tudo bem. Não vou me intrometer. Mas acho que deveria... – ele ficou vermelho, procurando as palavras. – Não ser tão... tão fácil, Bella.
–Eu não sou fácil, que coisa mais antiga! Ele é meu namorado, dormimos juntos. Qual o problema?

–Espero que esteja se protegendo.
–E você mesmo viu que eu tomo pílula.
–Tá, tá! Já entendi!
– Pai, não sou criança, ok? Eu sei o que estou fazendo. Eu estou... apaixonada pelo Edward. Eu quero apenas... viver com ele enquanto a gente pode. - e então sem aviso, minha garganta se apertou e eu comecei a chorar.
Meu pai se aproximou, sentando ao meu lado.
–Ei, o que é isto? Por que está chorando?
–Pai, o Edward está doente. – murmurei.
–Como assim doente?
–Ele tem leucemia.
E eu contei a ele sobre a doença de Edward. Sobre a incerteza em que vivíamos.
–Eu sinto muito, querida. Não queria que sofresse assim. Talvez ele tivesse razão em ficar longe de você, se nem sabe até quando...
–Pára! Claro que não pode ficar longe de mim! E ele não vai morrer!
–Bella, precisa estar preparada...
–Eu não quero estar. Eu tenho que acreditar que ele vai viver. Eu não posso nem conceber...
Charlie me abraçou enquanto eu chorava.
–Ah Bella, eu não queria que passasse por isto.
–Mas eu preciso passar, porque eu preciso estar com ele. Não importa até quando.
Charlie apenas assentiu e não falou mais nada.
Ele foi embora na manhã seguinte.
E eu fui pra aula encontrar Edward.
E lá estava ele. Encostado no Volvo prata me esperando.
Eu me aproximei e me aninhei em seu corpo.
–E ai, cadê seu pai?
Eu o fitei.
–Foi embora.
Seus dedos enquadraram meu rosto.
–Então eu fui aprovado.
Eu sorri.
–Foi sim. – nem comentei com Edward que contei sobre a doença. Era melhor assim.
Ele me beijou.
–Isto é bom...
–Sabe o que é melhor? – eu fiquei na ponta dos pés e tracei um caminho com meus lábios até sua orelha. – Você pode ir pro meu quarto hoje porque não seremos mais interrompidos.
–Isto é definitivamente uma boa notícia, senhorita Swan. – respondeu me beijando no momento seguinte.
**E naquela noite ele ficou comigo no meu quarto.
E na noite seguinte e em todas as outras noites que se seguiram.
Na verdade era difícil estarmos separados, tirando durante as aulas e algumas vezes que ele ia pra sua casa. E mesmo assim ele sempre voltava, todos os dias. Às vezes ele me surpreendia à tarde enquanto eu estudava.
Ficava espalhado na minha cama, me fitando e era impossível pra mim me concentrar por muito tempo e invariavelmente eu ia parar na cama também, e lá se ia qualquer concentração em estudo assim como minhas roupas. E as dele.
Mas quem se importava?
Estávamos juntos. E nada era mais importante do que isto.
Às vezes eu me perguntava o que os Cullens achavam disto, dele passar quase todo o tempo comigo, mas logo jogava estas perguntas pro fundo da mente.
De certa forma, eu gostava assim. Ele era só meu. Eu sentia uma necessidade possessiva de estar com ele. Talvez porque no fundo, eu sempre estava pensando que não poderia haver tempo suficiente...
E quando estes pensamentos obscuros ameaçavam me dominar, eu tentava me ater no que tínhamos. Em como eu era feliz.
Tinha que bastar. E era o que importava na maior parte do tempo. Ouvir seu riso, sua voz em meu ouvido. Suas mãos em mim. Dormir ouvindo seu coração bater com o meu. Tudo se resumia a Edward. Ele era o centro do meu mundo agora.
Então era fácil esquecer todos os problemas e o mundo lá fora.
Mas infelizmente, o mundo acaba nos encontrando. Assim como os problemas.
E a paz começou a ruir quando seu telefone tocou numa tarde.
Eu estava lendo com a cabeça deitada em seu colo, enquanto suas mãos mexiam nos meus cabelos e senti seu celular vibrar.
Me levantei enquanto ele atendia.
–Oi, sim sou eu... – ele ficou ouvindo a pessoa no telefone. – Sim, tudo bem. – e desligou.
–Tudo bem? – indaguei. Ele parecia tenso e eu queria perguntar quem era.
Ele sorriu, me puxando para ele.

–Nada importante. - e me beijou.
Eu fiquei me perguntando se tinha imaginado aquela tensão.
Mas Edward já deslizava a mão por baixo da minha blusa e pensar deixou de ser prioridade.
Por um longo tempo.
Na manhã seguinte, quando acordei, ele já estava arrumado.
–Estou atrasada?
–Não, eu que não vou à aula hoje.
–Aonde vai?
–Tenho uma consulta.
Eu me sentei.
–Oh. – então devia ser sobre isto a ligação ontem. – Posso ir com você? – indaguei, ansiosa.
Eu queria mesmo ir. Mesmo sabendo que ia ser sofrido pra mim.
Eu precisava saber tudo sobre ele. E sobre aquela doença.
Não ficar fingindo que ela não existia pra sempre.
–Não, não pode. – ele disse muito sério pegando as chaves do carro.
–Mas eu queria mesmo ir.
–Não, Bella. Não insiste. A Rosalie vai comigo. Ela me encontrará lá.
–Se a Rosalie vai...
–Bella, não vamos discutir, ok? – sua voz agora era tensa e eu me retraí.
–Tudo bem. Se quer assim. - eu tentei não soar magoada.
Ele se aproximou e beijou minha testa.
–Eu volto à tarde, ok?
–Ok. – murmurei, sentindo um aperto no peito ao vê-lo sair.


**continua**


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