15 agosto 2012

FanFic: Never Say Never - Capitulo 16



Never Say Never

Autora(o): Juliana Dantas
Contatos: @JuRobsten;
Gênero: Romance, drama, universo alternativo
Censura: +18
Categorias: Saga Crepúsculo
Avisos: Linguagem Imprópria, Nudez, Sexo

Atenção: Esta história foi classificada como imprópria para menores de 18 anos.


Oh Meu Deus.

Eu soltei um grito empurrando Edward e pulando da mesa.
Como se adiantasse alguma coisa agora.
Eu tinha certeza que meu rosto estava mais vermelho que um pimentão. Eu queria morrer.
Eu realmente acho que ia morrer de vergonha e mal podia encarar os Cullens na minha frente.
Emmett parecia conter o riso. Alice não conseguia fechar a boca de tão estupefata. Jasper olhava para alguma coisa além de nós, como se esforçasse para não nos constranger. E Rosalie parecia furiosa.
Oh Meu Deus.
Eu queria que o chão se abrisse aos meus pés e me tragasse para sempre.
–O que estão fazendo aqui? - Edward disse por fim. Parecia estar contendo a fúria.
–Nós moramos aqui. – foi Rosalie quem respondeu irônica.
–Mas não eram para estar aqui agora.
–Isto a gente percebeu. – Alice falou ainda surpresa, me medindo.
–Desculpa aí, Edward, a gente adiantou a volta, estava chovendo. – Emmett falava despreocupado. – Desculpa aí.

–Não tem que pedir desculpas. - Rosalie cortou.
–Se ao menos soubéssemos o que estava acontecendo aqui... – Alice ponderou.
–Bom gente, acho melhor deixarmos esta conversa para outra hora. – Jasper puxou Alice pela mão para fora da cozinha e Emmett fez o mesmo com Rosalie.
–Ah meu deus, que vergonha. – gemi, cobrindo o rosto com as mãos.
Edward soltou um palavrão.
–Eu sinto muito, Bella.
–Eu não acredito nisto...
–Não precisa ficar assim. Eles não deveriam estar aqui, se eu soubesse... Eu sinto muito mesmo.
–Eu quero ir embora. – pedi, mortificada.
–Sim, eu vou te levar. Vá para o quarto, eu vou pegar suas roupas na secadora.
Eu fiz o que ele pediu. E quando estava passando pelo corredor, ouvi os irmãos de Edward na sala.
–Me lembre de nunca mais usar aquela mesa. – Rosalie resmungou.
–Rose, a gente também já transou naquela mesa, se não se lembra daquela vez... - Emmett comentou.
Alice gemeu.
–Que nojo!
–Parece que só nós não transamos lá, amor. – Jasper riu.
E eu entrei no quarto, mortificada.

Edward apareceu alguns minutos depois com as minhas roupas.
Eu as peguei e fui para o banheiro, me trancando lá.
Coloquei a roupa rapidamente e tentei ajeitar meu cabelo.
Respirei fundo, olhando minha imagem no espelho.
Se os Cullens já não iam com a minha cara, agora deviam me odiar.
–Bella, vamos? - Edward bateu a porta e eu a abri.
Ele também estava vestido.
–Não precisa me levar, se quiser ficar com seus irmãos.
–Não, eu te levo.
Eu o acompanhei para fora do quarto e quando estávamos na porta, Rosalie apareceu.
–Edward, posso falar com você?
–Estou indo levar a Bella, depois Rosalie...
–Depois não, agora!
–Rosalie, não começa!
–Tudo bem, eu vou falar agora, se não se importa de sua... sua... amiguinha ouvir.
–Já chega. – ele a parou e me encarou – Me espere aqui, eu já volto.
Eles desapareceram pelo corredor e eu podia ouvir vozes alteradas, não só de Rosalie e Edward, mas de Alice também, e até mesmo Emmett. Mas não conseguia distinguir o que falavam.
O que diabos os Cullens tanto brigavam? Será que era por minha causa?
Tudo bem que podia ter sido uma surpresa inconveniente pegar o irmão se agarrando com uma garota em cima da mesa da cozinha, mas será que era pra tanto?
Os Cullens não pareciam ser conservadores.
Mas também pareciam não ir com a minha cara.
Talvez fosse este o problema.
Edward apareceu minutos depois, parecia furioso, enquanto descíamos e entrávamos no carro.
–Espero não ter causado problemas para você. – murmurei hesitante.
–O problema não é você.
–Seus irmãos pareciam bravos.
–Problema deles.
–Mas são seus irmãos.
–Esquece isto, Bella.
Eu não falei mais nada, até que chegamos em frente ao prédio de dormitórios.
–Ainda... ainda vamos viajar no próximo fim de semana? - indaguei receosa.
Ele ficou em silêncio por uns momentos e eu prendi a respiração em suspense.
–Sim, claro que sim. – respondeu por fim e meu coração voltou a bater normalmente no peito.

–Certo. Então... Obrigada pela carona. – falei abrindo a porta.
–Bella?
–Sim? - eu o encarei.
Mas ele apenas me puxou pela nuca e me beijou.
E eu senti meu mundo voltando a girar lentamente.
Quem se importava com os Cullens?
Eu suspirei quando o beijo terminou, enquanto Edward encostava a testa na minha, os dedos enquadrando meu rosto.
–Eu vou contar os dias para nos encontrar de novo.
Oh Meu Deus, por que ele fazia isto? Por que me deixava com vontade de pedir tudo o que eu disse um dia que não ia pedir?
–Eu faria o mesmo, mas estarei ocupada estudando para as provas finais. – menti.
Apenas porque se eu começasse a falar sobre sentir falta, talvez não parasse nisto.
Edward riu e me soltou.
–Eu preciso... eu quero conversar um assunto com você. – ele falou, agora pensativo. – No próximo fim de semana.
Eu fiquei curiosa. Ou melhor, eu fiquei preocupada. Ou pior, alarmada.
O que ele queria conversar comigo? Parecia que seria algo sério e eu não fazia ideia do que poderia ser.
Queria pedir que ele falasse agora. Mas tive medo.
–Tchau, Bella. – ele disse por fim e eu saí do carro.
Fiquei olhando o Volvo se afastar, minha mente rodando em turbilhão.
Queria que as horas passassem rapidamente, para de novo estar com Edward. Apenas nós dois. Sozinhos. Em um lugar onde nenhum Cullen esquisito ia nos achar.
Mas então seria a última vez.
Apenas mais uma vez; e depois o fim.

Eu não estava preparada para aquela pontada de dor que me abateu.
Pensar nisto era quase intolerável. Mas como é que podia ser diferente?
Nos tínhamos combinado desde o inicio. Apenas dois meses. Apenas sexo.
Eu não podia querer mais.
Porque Edward nunca ia querer a mesma coisa que eu. Era impossível.
Mas ele disse que tinha algo importante para me falar.
E se fosse...
Eu senti meu coração batendo rápido em esperança.
Ridícula e inesperada esperança.
E se Edward por acaso, fosse falar exatamente sobre isto?
E se ele quisesse a mesma coisa que eu?
Porque eu não queria terminar. Era simples assim. Eu queria um pouco mais de tempo.
Um pouco mais de Edward.
E se ele quisesse o mesmo, da forma que fosse... eu queria também.

–Está diferente. – Jéssica me encarava com um olhar desconfiado, enquanto caminhávamos para a aula naquela segunda-feira.
Eu ri, dando de ombros.
–Impressão tua.
–Não... está bem alegrinha...
Eu ri mais ainda.
Oh Meu Deus. Estava incontrolável.
–Está saindo com alguém?
Eu mordi os lábios, até pra evitar de dar gargalhadas histéricas.
–Na verdade...
–Oh meu deus, eu sabia! - Jessica gritou no meio do corredor e eu a belisquei.
–Jess, não grita!
–Oh, me desculpa, mas isto é... tão... legal.
–Eu sei, mas pára de falar alto! Está todo mundo olhando.
–Tá, tá. – ela abaixou o tom de voz - E aí, me conta tudo.
–Não tem nada pra contar.
Ela rolou os olhos.
–Como não? Ainda é aquele cara lá do outro fim de semana? Que você disse que não deu certo?
–Sim, é.
–Então voltaram a se encontrar?
–Digamos que sim. E vamos viajar este fim de semana.
Ela arregalou os olhos.
–Jura? Isto é demais.
–Jéssica, está gritando de novo, pára!
–Desculpa! Parei!
Nós chegamos em frente a minha sala e eu consegui me livrar dela, sem antes prometer que contaria tudo depois.
Eu não sei se estava preparada para tanto, mas podia enrolá-la um pouco.
Na verdade, nem sei porque tinha confessado que estava saindo com alguém.
Talvez porque precisasse disto.

Na hora do intervalo, ela foi me encontrar em frente à sala e fomos comer.
–Ah, não vejo a hora de saber tudo! - ria animada e então parou de rir quando chegamos em frente ao refeitório e demos de cara com os Cullens entrando.
Eu fiquei vermelha na hora, me lembrando do vexame do outro dia.
Mas eles nos lançaram olhares desinteressados e passaram por nós.
Quer dizer, desinteressados para alguém menos observador, porque eu tinha certeza que havia malicia no olhar de Emmett e ressentimento no olhar de Rosalie.
E também não me passou despercebido a troca de olhares estranhos entre Alice e Edward.
E Edward.

Como sempre, ele estava absolutamente perfeito e foi o último a entrar, mas antes de passar, ele me lançou um sorriso.
–Oi, Bella. – e desapareceu.
Eu quase desmaiei ali mesmo.
Ele tinha mesmo me cumprimentado?
–O que foi isto? - Jessica indagou também estupefata.
Eu engoli em seco, tentando agir normalmente.
Podia estar preparar para contar alguns fatos aleatórios para Jess, mas não que estava transando justamente com Edward Cullen.
–Isto o quê? - falei a puxando para dentro e indo para a fila.
–Edward Cullen te disse oi!
–E daí?
–E daí? Desde quando você conhece ele?
–Ora, não lembra do dia da festa, que eu bebi e eles me levaram pra casa?
–Claro que lembro! Mas não sabia que eram amigos agora!
–E não somos!
–E por que ele cumprimentou você como se fosse... - ela de repente parou arregalando os olhos – Está saindo com...
–Shi! Não termina. – falei, olhando em volta. Os Cullen já estavam sentados em sua mesa habitual e não prestavam atenção em nós. - Claro que não! Acha mesmo que um cara como Edward ia sair comigo? Pára né, Jess!
–É, claro que não! E ele não sai com ninguém... talvez seja gay, será?
Eu ri.
–Eu não sei, e nem quero saber. Esquece os Cullens.
–Sim, porque eu quero que me conte sobre seu namorado!
Nós sentamos e eu respirei fundo.
–Não é um namorado.
–Mas vai viajar com ele.
–Sim, mas... não é nada, Jess.
–Como não é nada? Está transando com ele?
Eu fiquei vermelha, mas acenei positivamente.
–Estou.
Jéssica riu maliciosamente.
–Está me surpreendendo, hein? E aí, pra onde vão?
–Eu não sei direito. Algum lugar que tem praia.
–Que legal! Ah, estou com tanta inveja de você agora!
–Eu não ficaria se fosse você. – resmunguei, lutando para não olhar para a mesa dos Cullens.
Se Jéssica soubesse o tipo de complicação que eu estava metida...
–Não me diga que vai viajar com ele no verão também? E nossa viagem a Forks? Quero te apresentar uns amigos...
–Não, não vou, fique tranqüila.

Mas enquanto voltava para a sala de aula, me perguntei se havia a mínima possibilidade de Edward me propor algo assim.
E será que eu aceitaria?
Eu quase ri de mim mesma.
Era óbvio que eu estava pronta pra aceitar qualquer coisa que me deixasse perto dele mais um pouco.
Quando entrei na sala, voltei à realidade ao ver Alice Cullen sentada a algumas carteiras de distância.
Ela me encarou e depois virou o rosto. Parecia... receosa.
Na verdade a impressão que tive era como se ela quisesse falar comigo, mas algo a impedisse.
Eu achava melhor assim. Ainda não tinha me recuperado do flagra no apartamento dos Cullens.
A semana passou mais rápido do que eu esperava. Já tinha muita coisa para estudar, o que era bom para me distrair. Jéssica continuava a me importunar com perguntas e eu despistava todas.
E Edward continuava a agir como se fossemos velhos conhecidos. Ele sorria para mim, acenava, e até cumprimentou Jéssica uma vez. Eu tenho certeza que ela quase desmaiou.
–O que deu nele? - ela indagava vermelha.
Eu dei de ombros.
–Ele parece ser um cara legal.
–Será que ele aceitaria sair comigo? - indagou, virando a cadeira para ficar de frente com ele e sorriu ao ajeitar o cabelo.
–Eu não sei, Jess. – falei franzindo a testa. Só de imaginar Edward saindo com qualquer outra pessoa que não fosse eu, já revirava meu estômago.
–Os irmãos dele poderiam começar a socializar também, olha a cara daquela Rosalie, deus me livre!
Eu forcei um sorriso despreocupado.
Mas a atitude dos Cullens continuava a mesma comigo.
Aliás, cada vez que Edward me cumprimentava e um deles estava perto, parecia que eles ficaram mais taciturnos.
Definitivamente, eles não iam com a minha cara.
Mas o importante é que parece que Edward não se importava com isto.
E hoje era quinta-feira. E não faltava muito para estarmos juntos. Bem longe dali.
Só nós dois.
Eu mal podia esperar.
–Jess, está ocupada hoje?
–Por quê?

–Acho que estou precisando fazer umas compras.
–Jura? Ah, já sei, quer comprar biquínis bem pequenos pra impressionar o gato.
Eu ri.
–Mais ou menos.
Na verdade as roupas que eu tinha não eram nada impressionantes para passar um fim de semana na praia, então eu ia mesmo ter que gastar dinheiro e fazer aquilo que eu não curtia muito: compras.
–Ah, eu vou adorar fazer compras com você!

Eu cheguei em casa exausta naquela noite e cheia de sacolas.
A maioria das coisas Jéssica tinha escolhido e tinha causado um pequeno rombo na minha parca mesada, mas acho que ia valer a pena.
O telefone tocava. E eu dei um pulo ao imaginar que era o celular, mas não era.
Eu atendi, me perguntando quem seria.
–Oi, Bells.
–Oi, Jake. – falei animada por ouvir sua voz.
Fazia vários dias que ele não ligava. Na verdade, eu me dava conta disto só agora.
–E ai, terminando as aulas?
–Sim.
–Isto é bom! Significa que logo logo nos veremos de novo.
–Claro que sim, não vejo a hora!
–Estou ansioso com isto, Bells.
Eu engoli em seco. E meu estômago revirou antecipando a hora que eu teria que falar para Jake que nosso acordo não existia mais.
Talvez eu devesse dizer agora?
Mas não tinha coragem. Eu tinha que contar pessoalmente.
–O que vai fazer neste fim de semana?
–Semana que vem começam as provas, estou super ocupada estudando. – menti.
Óbvio que eu deveria mesmo estar ocupada estudando, mas estaria viajando com Edward Cullen.
–Certo... estou com saudades, Bells.
–Eu também. Mas em breve a gente se vê de novo.
–Sim, não vejo a hora de estarmos juntos. Tchau Bells.
Eu desliguei pensando naquela última afirmação.
De repente o telefone tocou de novo e desta vez era o celular.
Eu atendi sem ar.
–Oi.
Sua voz linda, suave, perfeita, invadiu meu ouvido e eu fechei os olhos, me esforçando para não suspirar.
–Oi.
–Estou ligando para te dizer que passarei ai amanhã à noite, tudo bem?

–Tudo bem.
–Combinado então?
–Combinado.
–Então... Até amanhã, Bella.
–Até amanhã.
Eu desliguei e caí na cama, olhando o teto.
Eu podia gritar de felicidade.

Eu acordei animada. Faltavam poucas horas!
E quando cheguei no campus, procurei o Volvo com o olhar, mas não vi.
Peguei um livro e fiquei por ali, esperando.
Até que um carro chamativo vermelho apareceu e os Cullens saltaram.
Como sempre meu coração deu um pequeno salto mortal ao ver Edward.
E eu esperei, ansiei, enquanto eles caminhavam em direção ao prédio, pela hora que ele ia olhar e sorrir.
Mas isto não aconteceu.
Eles caminharam rapidamente por entre as pessoas, que sempre paravam para admirá-los, com a mesma impassividade de sempre, até desaparecem de vista. Lindos, perfeitos e inacessíveis.
Edward nem me olhara.
Jéssica apareceu ao mesmo tempo.
–Oi, e aí, animada?
Eu tentei sorrir, mas não consegui.
Que diabos fora aquilo?
–O que foi? - Jessica indagou.
–Nada. – respondi. – Vamos para a aula? Não quero me atrasar.
–Aconteceu alguma coisa? Está com uma cara...
–Não é nada. – eu forcei um sorriso. – Acho que estou ansiosa demais.
Ela riu, me abraçando pelos ombros.
–Não fique, tenho certeza que vai ser o máximo!
Eu tentei ter a mesma positividade que ela, mas não consegui.

Na hora do intervalo, os Cullens tinham desaparecido.
Eu balbuciei alguma desculpa para Jéssica e sai para o estacionamento.
A BMW vermelha não estava mais ali.
Os Cullens tinham ido embora.

Mas não havia motivos para me preocupar, havia?
Edward tinha me ligado ontem à noite. Tínhamos combinado que ele iria me buscar hoje.
Não devia ser nada demais.

Eu tentava me convencer disto enquanto esperava à tarde no meu quarto.
Arrumei a mala. Me arrumei.
E esperei.
Tentei estudar, tentei ler.
Enfim anoiteceu e eu continuei a esperar.
E as horas foram passando.
E nada de Edward aparecer.
Eu olhava pela janela pela enésima vez à procura de um Volvo prata quando o celular tocou.
Eu o atendi rapidamente.
–Edward?
–Oi, não é o Edward. – uma voz feminina falou e eu franzi a testa – Me desculpe, é a Bella Swan?
–Sim, sou eu? - respondi sentindo um frio por dentro.
Ninguém tinha aquele número. A não ser Edward.
–Aqui é Rosalie Cullen.
–Oh. – eu engoli em seco. Por que a irmã de Edward estava me ligando?
–Me desculpe te ligar, eu liguei a pedido do Edward. Ele não poderá encontrá-la hoje.
O quê? Como assim? Eu não conseguia respirar direito, mas tentei me acalmar.
–Como assim?
–Bom, terá que perguntar para o Edward depois, eu só estou dando um recado.
–Eu quero falar com Edward, ele está ai?
–Não, ele viajou. Foi algo urgente, por isto estou te ligando. Problemas de... família.
–Entendi.
Eu podia sentir meu coração afundando no peito.
–Olha, tenho que desligar.
–Certo, obrigada por... me avisar.
Mas Rosalie já tinha desligado.
Eu me sentei, olhando o nada.
Não íamos mais viajar. Estava tudo cancelado.
Pela irmã de Edward. Aquela que me odiava.
E pelo que parecia, o próprio Edward pedira para ela me ligar.
Dera meu número.
E por que ele mesmo não me ligara?
Onde diabos ele tinha ido com tanta urgência, que nem podia se dar ao trabalho de cancelar nossa viagem ele mesmo?
Olhei minha mala num canto.
Cheio das roupas que eu comprara apenas para viajar com ele.
E pra quê?
Irritada, eu me levantei e comecei a desfazer a mala com fúria.

Um nó se formando na minha garganta, enquanto eu me dava conta do que significava.
Era nosso último fim de semana. E não estaríamos mais juntos.
Eu só percebi que estava chorando quando a roupa em minhas mãos ficou molhada.
Me arrastei até a cama e me joguei lá.
Seria uma longa noite.
Mas não como eu tinha imaginado.

Acordei com uma tremenda dor de cabeça e um sol pálido entrava no quarto.
Minha mala ainda meio desfeita num canto.
Fechei os olhos com força.
Não, não ia mais pensar em Edward Cullen e naquela maldita viagem.
Pra mim chega.
Uma noite chorando até cansar fora o fim.
E Edward nem merecia isto.
O que tínhamos não merecia isto.
Era sexo. E o que eu tinha perdido? Apenas um fim de semana de mais sexo.
Com certeza era assim que Edward pensara, já que fora resolver sei lá o que da família esquisita dele e nem se dera ao trabalho de me avisar, mandando recadinhos pela irmã insuportável.
Que devia ter rido bastante da minha cara, afinal sempre ficara claro que me detestava.
Pois todos que fossem para o inferno!
Eu não ia mais pensar nisto.
Eu não precisava disto.
Eu passara dois meses naquela faculdade praticamente não fazendo outra coisa a não ser pensar em Edward Cullen. Enquanto meu pai estava pagando super caro por isto!
Pois eu não ia mais perder meu tempo. Bufando, me levantei e peguei o maldito celular e desliguei, jogando na lixeira em seguida.
Depois tomei um banho demorado e desfiz a mala.
O tempo inteiro ignorando aquela dor idiota no peito.
Ia passar. Era apenas decepção pela humilhação de ser jogada pra escanteio tão facilmente.
Porque mesmo sendo apenas sexo sem compromisso, eu esperava um pouco mais de respeito da parte dele.
Mas a quem eu queria enganar? Eu esperava muito mais daquela semana.
Tudo porque ele dissera que queria conversar algo comigo. E depois começara a agir como se se importasse na faculdade, mesmo na frente dos irmãos idiotas.
No final a idiota fora eu.

Mas tudo bem. Eu podia conviver com isto. Com a realidade.
Meu caso com Edward acabara.
Eu passaria o fim de semana como eu deveria estar passando: estudando para as provas finais.
E ponto final.

Meu fim de semana fora péssimo.
Eu me matara de estudar. Me esforçara mesmo pra não pensar no que eu podia estar fazendo se tivesse viajado com Edward. E toda vez que me dava vontade de chorar, eu engolia as lágrimas corajosamente, dizendo a mim mesma que ele não merecia nada disto.
Eu ia superar. Apenas mais uma semana e então estaria em Forks.
Com meu pai, com Jake.
Com pessoas que se importavam comigo verdadeiramente.
Me arrastei para fora da cama naquela segunda-feira me perguntando se veria Edward e seus irmãos lá.
Eu queria mesmo não ter que ver nenhum deles.
Então caminhei rapidamente pelo campus, sem nem olhar para os lados e fui direto para a sala.
Na hora do intervalo eu fui para a biblioteca com a desculpa que tinha que estudar. Felizmente Jéssica estava tão preocupada com suas provas que nem me importunou muito.
Mas óbvio que ela deixara claro que ia querer saber tudo sobre meu fim de semana depois.
Bom, não teria muita coisa pra contar!
Desanimada, abri o livro e então uma sombra apareceu na minha frente.
–Oi, Bella.
Eu levantei o olhar ao ouvir a voz de Edward Cullen e lá estava ele.
Ainda perfeito.
Ainda o cara que me fizera sofrer.
Fechei a cara.
–O que você quer?
–Queria te explicar...
–Sobre o fim de semana? Ah, sua irmã já falou. – disse dando de ombros, como não tivesse a menor importância.
Eu não deixaria Edward saber o quanto eu estava ressentida.
–O que ela disse?
–Não muito. Que você tinha um problema de família. Eu só acho que você podia ter me ligado e não pedido pra sua irmã.
–Bella, sei que devia ter ligado...
–Devia sim, mas tudo bem. O importante é que eu fui avisada, não é?
–Bella, eu sei que deve estar brava...
–Não estou brava. – menti – Bom, claro que a gente ia viajar, ia ser divertido, mas na verdade, foi até melhor assim, eu aproveitei para estudar e também saí com a Jéssica. - as mentiras iam se multiplicando – A gente fez compras.

–Não gosta de compras.
–Acho que eu gosto um pouco.
Ele franziu a testa, como se estudando minhas palavras.
–Realmente não se importa?
–Eu não me importo. Não me deve nada. Tudo bem.
–Eu não queria que terminasse assim. – ele disse por fim, como se procurasse palavras. – Eu queria mesmo poder te explicar...
–Mas acabou, não é? - eu tinha orgulho da firmeza da minha voz. – Eu tenho muitas provas esta semana e... viajo para a casa do meu pai.
Eu não queria que Edward me explicasse nada. Eu queria que ele sumisse da minha frente.
–Sim, acabou. – mas ouvir o acabou da boca dele me abalou. Eu engoli o nó na minha garganta, juntando meus livros rapidamente e me levantei.
–Então acho que é isto, eu tenho que voltar pra aula, tenho uma prova importante agora, tchau, Edward.
Eu comecei a andar com pressa, antes que desmoronasse na sua frente, mas ele me seguiu e estava a minha frente antes que eu impedisse.
–Bella, eu só queria dizer... foi melhor assim.
–Melhor o quê?
–Não podemos ser... amigos.
Eu ri sem humor.
–Nunca fomos amigos. A gente apenas fez sexo, Edward. E nosso acordo acabou. É simples assim.
–Eu sei. Eu só queria... Deixa pra lá.
–Tchau, Edward.
Eu me afastei, quase correndo e me tranquei no primeiro banheiro que achei, enxugando as lágrimas traidoras.
Pronto. Agora sim tinha acabado de verdade.

E praticamente não vi o Cullens naquela semana. E estava achando ótimo.
Evitava ao máximo sair das salas de aula, com desculpa que tinha que estudar.
Jéssica insistira em saber como fora o fim de semana e eu acabara confessando que não acontecera.
Ela quisera saber detalhes, mas eu tivera que ser bem ríspida em dizer que não queria falar sobre o assunto. E ela não insistira.
Na sexta-feira eu comecei a fazer minhas malas. Desta vez para ir pra Forks.

E eu queria estar feliz. Mas sentia apenas alívio por estar saindo de perto de uma certa família.
Não que eles ficariam por ali. Provavelmente eles iriam para algum lugar bem luxuoso, cheio de gente rica como eles. Pois que fossem para o inferno.
Eu só queria esquecer que eles existiam.
Infelizmente ainda tive que vê-los mais uma vez naquela tarde, enquanto ia buscar minhas notas.
Eles estavam saindo do prédio. Uma olhada rápida, não vi Edward entre eles. Estavam apenas os dois casais.
Era um alivio. E um pesar.
Porque eu era tão idiota que não ligaria de vê-lo uma última vez.
Passei por eles, com a cabeça baixa e entrei no prédio.
Mas acho que ainda pude ouvir Alice Cullen resmungando.
–Tudo isto é tão ridículo...
–Cala a boca. – Rosalie pediu.
–Você pensa como eu que eu sei.
–Sim, mas agora já está resolvido de uma maneira ou de outra, não é?
–Eu ainda acho...
–Chega Alice, Edward não ia gostar nada destas suas ideias...
E então eles se afastaram mais e eu não ouvi mais nada.
Na manhã seguinte, eu e Jéssica fomos para Forks.

Meu pai me buscou no aeroporto e eu fiquei feliz em vê-lo.
–E aí, como foram as provas? - indagou a caminho de Forks.
–Fui bem, mas poderia ter ido melhor. – respondi sinceramente.
Só era melhor meu pai não saber do motivo que me “distraíra”.
–Tenho certeza que será melhor no próximo semestre.
–Eu me esforçarei para ser.
–Sei de alguém que está super ansioso de vê-la.
Eu sorri.
–Jacob.
–Claro que sim. Eu o convidei pra jantar lá em casa hoje, não se importa, não é?
–Não. – mas eu me importava sim. Acho que precisava de um tempo antes de encarar Jake.
–E então, e o seu... seu... - Charlie ficou vermelho.
Eu mordi os lábios com força.
–Acabou.
Minha voz tinha tremido? Mas que droga. Espero que meu pai não tenha percebido.
Charlie olhou de relance para mim.
–E está tudo bem com isto?
Eu forcei um sorriso.
–Claro que sim, eu te falei que não era nada sério, pai.
–É, talvez seja melhor assim mesmo. É muito nova pra alguma coisa séria.
Eu não respondi.

Quando chegamos em casa, eu fiquei feliz de ir pro meu antigo quarto. O mesmo que me recebera todo verão.
Mas agora era como se eu não fosse a mesma.
Desfiz as malas, enquanto Charlie dizia estar preparando o jantar.
Eu não queria ferir seus sentimentos, mas Charlie era péssimo na cozinha e eu teria que ir lá salvar nosso jantar assim que terminasse as malas.
Coloquei as roupas que tinha comprado com Jéssica no guarda-roupa, sentindo um peso no peito.
Onde será que Edward estava agora?
Será que ainda lembrava que eu existia?
Quando é que aquilo iria passar?
–Bella, telefone! - meu pai gritou e eu fechei o armário.
–Já vou. – gritei de volta e desci.
Era minha mãe.
–Oi querida.
–Oi mãe.
–E ai, já em Forks, hein?
–Claro que sim.
–E as provas?
–Fui bem.
–Que vozinha desanimada é esta?
–Nada, cansaço de viagem.
–Bella, você não me engana.
–Mãe...
–O que aconteceu com aquele garoto que estava saindo?
–Nada.
–Como assim?
–Não estamos mais saindo.
–É por isto que esta triste?
–Não estou triste.
–Está sim. Ah Bella, eu sinto muito.
–Mãe, pára com isto.
Deus, ela ia me fazer chorar.

–Devia ter vindo para cá primeiro, antes de ir para Forks.
–Eu irei para Phoenix nas duas ultimas semanas como sempre!
–Mas você está sofrendo!
–Mãe, não estou sofrendo, que exagero! Agora eu tenho que desligar, papai está acabando com nosso jantar. Te ligo depois, beijo! - e desliguei antes que ela insistisse mais e fui realmente tentar salvar alguma coisa para comer.
Jacob chegou algum tempo depois.
Eu levei um susto ao vê-lo como sempre levava.
Ele sempre crescia mais e ficava mais forte.
–Ei, Bells. – ele sorriu e eu pulei em seus braços, enquanto ele me girava.
–Hello, biceps! - falei rindo.
Ele deu de ombros.
–Eu cresci.
–Percebi.
–Ei, garotos, vamos comer. – Charlie chamou e nós sentamos à mesa.
E conversamos sobre as novidades da cidade. Quem casara com quem, quem fora embora, quem morrera e parece que tínhamos até novos moradores.

–Se mudou um casal muito simpático para a cidade, Bells. – meu pai dizia.
–Ah é? Nunca chega ninguém novo aqui.
Forks era uma cidade minúscula e fria, onde chovia a maior parte do ano.
–Simpáticos e ricos. – Jacob riu irônico.
–Gente rica aqui em Forks?
–Ele é médico, está trabalhando no hospital da cidade, mas Jacob tem razão, eles são muito ricos. Dinheiro antigo, imagino.
–Se tem tanto dinheiro, deviam estar numa ilha cheia de sol. – brinquei.
–Pode até ser, é o Dr Cullen...
Eu parei com o garfo a meio centímetro da boca.
–O que disse?
–Eu ia dizendo que o Dr Cullen...
Meu coração parou de bater.
–Cullen? O senhor disse Cullen?
Meus Deus, quantos Cullens podiam existir. Não era possível.
–Sim, Carlisle Cullen e Esme Cullen. Pessoas ótimas, como ia dizendo, adoram um trabalho filantrópico, estas coisas.
–Coisa de gente rica que não tem o que fazer. – Jake riu.
–Eles têm filhos? - indaguei com a voz trêmula.
–Têm sim, são adultos e estudam fora.
–Adultos? - eu mal conseguia respirar – Quantos filhos? O senhor os conhece?
–Eu apenas os vi de relance, não vêm muito aqui. Mas causam furor na cidade quando aparecem, todos bonitos, duas garotas e três rapazes. Principalmente um tal de Edward.
Minha cabeça girou.
Edward.
Não era possível.
Os pais de Edward estavam morando justamente na cidade de Forks.
Eu não podia acreditar! Era coincidência demais.

–Bella, tudo bem? - Charlie indagou e eu respirei fundo.
–Tudo bem, acho que só estou cansada. - eu levantei da mesa tirando os pratos e Jacob me ajudou.
–Charlie, pode ir assistir seu jogo, eu ajudo a Bella a lavar a louça.
–Muito bem, Jacob. – Charlie sorriu satisfeito e foi para a sala.
Jacob me acompanhou para a cozinha.
–Eu lavo e você seca? - falou e eu sorri.
A gente sempre fazia isto.
–Tudo bem.
Mas eu não conseguia parar de pensar que Edward podia estar na cidade.
Afinal, ele podia vir visitar os pais, não é?
Ou talvez eu estivesse me preocupando à toa.
Provavelmente todos eles viajariam para algum destino exótico.
Não conseguia imaginar Rosalie Cullen satisfeita em passar suas férias em um lugar como Forks.
–Bella? Está distraída! - Jacob me beliscou e eu ri.
–Estou um pouco cansada, só isto.
–Que pena, ia falar pra gente dar um volta...
–Ah Jake, pra outro dia, pode ser? Estou com sono.
–Tudo bem. – ele concordou, mas parecia um pouco decepcionado – Você viu meu presente?
–Presente?
–Estou vendo que nem percebeu. Vem aqui.
Ele me puxou pela mão escada acima. Pude ver meu pai roncando no sofá.
Entramos no meu quarto.
–Que presente? - indaguei de novo. - Está aqui?
–Olhe em volta.
Eu olhei curiosa, até ver algo pendurado na cabeceira da minha cama.
–Oh, isto é novo.
–É um apanhador de sonhos. – ele explicou. – Gostou?
–Claro, é lindo, muito obrigada. - e o abracei.
E quando me soltei, ele me olhava estranhamente.
Estávamos sentados na minha cama agora.
E eu quis me afastar, mas ele segurou minha mão.
–Bells, eu estive pensando muito em você e sobre o que falamos há dois anos.
Eu mordi os lábios.
–Jake, faz tanto tempo.
Ele ficou sério.
–Você esqueceu?
–Não. – confessei e ele sorriu.
–Você me disse ao telefone, dois meses atrás que... nada tinha mudado.
–Jake... - eu tentei tirar a mão, mas era impossível.-Pra mim também não mudou, Bells. E eu estou feliz que vá ser com você. Eu tenho sonhado com isto há tanto tempo e finalmente...
–Jake, pare. – pedi e finalmente consegui tirar a minha mão. – Eu preciso te contar uma coisa.
–O que foi?
Eu respirei fundo.
–Eu estive com alguém... nestes últimos dois meses.
–Mas você me disse...
–Eu sei, até aquele momento estava tudo igual, mas eu conheci alguém e...bem, eu não sou mais virgem, Jacob.
Jacob ficou em silêncio me encarando, como se tentando entender.
–Você transou com outro cara?
–Sim.
–Como você pôde? - ele se levantou, todo bravo.
–Jake, não precisa agir assim...
–Eu esperei por você, eu achei que tínhamos uma promessa.
–Não, a gente concordou que ia transar se ainda fôssemos virgens e não que esperaríamos um ao outro!
–Eu achei que tinha ficado implícito! De que outra maneira concordaria Bella? Eu achei que queria que fosse comigo, que eu fosse o primeiro.
–Jacob, nós somos amigos.
–Eu amo você!
Oh meu deus.
–Jake...
–Eu amei você sempre! E achei que só não ficávamos juntos porque eu era mais novo e você disse isto! Disse que não ia transar comigo porque eu tinha 16 anos, mas quando...
–Eu nunca deveria ter dito aquilo! Nó somos amigos, Jacob! Acho que está confundindo as coisas!
–Não, Bella. Quem confundiu foi você. Eu queria mesmo ficar com você. Sempre quis. E você transa com o primeiro idiota de faculdade que...
–Não fala assim!
–Eu vou embora.
–Jake, espera, não vai assim.
–Não tenho mais nada pra fazer aqui.
Eu o vi se afastar e a porta bater lá embaixo.
E deitei na minha cama, me encolhendo.
E de novo eu passei a noite chorando por um cara.
Mas desta vez por um motivo diferente.
Eu sentia que tinha perdido meu melhor amigo.

*

No dia seguinte Jéssica me ligou.
–E ai como está?
–Tudo bem.
–Nossa que desânimo! Mas não se preocupe, vou te animar.
–Duvido que consiga.
–Eu consigo tudo! Hoje vou sair com uns amigos, e quero que você os conheça!
–Não sei se estou sociável...
–Tem que estar! Eu busco você às 20h!
E desligou antes que eu pudesse dizer não.

–O que aconteceu com Jacob ontem? - Charlie indagou curioso no jantar.
–Nada.
–Ele saiu batendo a porta e parecia nervoso.
–É que... eu contei pra ele que saí com alguém e acho que não reagiu muito bem.
–Ah Bella, sempre desconfiei que este garoto fosse apaixonado por você.
–Somos apenas amigos.
–Porque você quer. Se não está mais com o rapaz da faculdade, podia dar uma chance ao Jacob.
–Não, pai. Isto não vai acontecer.
–Tudo bem, não está mais aqui quem falou.

Jéssica apareceu exatamente ás 20h e buzinou.
–Pai, eu vou sair. – falei na porta da sala.
–Aonde vai?
–Sair com a Jéssica, lembra dela?
–Sim, não volte tarde, hein?
–Pode deixar.

Jéssica me abraçou e me mediu criticamente quando entrei no carro.
–Nem pra se arrumar um pouquinho?
Eu ri.
–Onde vamos? Algum baile de gala?
Ela deu partida.
–Nada demais. Um bar mais ou menos na cidade. Deve saber que não tem nada interessante pra se fazer aqui.
–Eu nunca saí aqui em Forks.
–Fica fazendo o que então?
–Eu tenho um amigo, o Jacob, e geralmente eu fico com ele.
–Oh... entendi. – ela piscou.
–Não deste jeito! - falei ficando vermelha. - Ele é dois anos mais novo do que eu, mas a gente faz companhia um ao outro.
–Podia ter chamado ele pra vir hoje.
–Não sei se ele gostaria...
Depois de ontem, possivelmente Jacob não quisesse me ver nunca mais.
Eu ignorei a dor que isto me causava.
Nós chegamos em frente a um bar e saltamos.
–Vai gostar de conhecer meus amigos e eles vão adorá-la.
Nos entramos e uma banda tocava rock e Jéssica me levou há uma mesa onde havia três pessoas.
–Oi gente. Esta é a Bella Swan. – e ela apontou para as pessoas na mesa – Esta é Angela, este é Mike Newton.

–Oi. – eu cumprimentei a todos.
O que ela chamava de Mike Newton bateu na cadeira ao seu lado, me medindo.
–Sente aqui.
Eu sentei e ele se inclinou.
–Swan, hã? Algo a ver com o Chefe Swan?
–É meu pai.
–Hum, namorar a filha do xerife nem pensar então?
Jéssica lhe deu um tapa na nuca.
–Cala a boca, Mike! - e virou-se para Angela – Cadê seu namorado?
–Ainda não voltou da faculdade, chega amanhã.
–Que pena.
–E você tem namorado, filha do xerife? - Mike indagou e eu acho que ele já estava um pouco bêbado.
–Não, não tenho. – respondi.
–Interessante.
–Mike, deixa a Bella em paz. – Jess pediu e se levantou. – Quer beber o que Bella? Vou buscar.
–Eu vou com você. - falei e me levantei rápido a acompanhando.
Queria me livrar de Mike Newton.
–Não liga pro Mike, ele é tão chato às vezes! Nós já namoramos no colégio.
–Jura?
–Mas durou pouco. Sabe como é, né? Íamos para faculdades diferentes... não ia dar certo, e...
Eu olhava em volta, já distraída de sua tagarelice e então parei horrorizada.
Há poucos metros de distância estavam Rosalie e Alice Cullen.
E elas me viram também.
E pareciam igualmente surpresas.
Meus olhos percorreram em volta delas, buscando outro Cullen.
Mas não havia ninguém conhecido.
Nem Emmett e Jasper.
E muito menos Edward.
Eu me senti sufocar mesmo assim.
Não queria, não podia encontrar com Edward.
Grudei no braço de Jéssica.
–O que foi... Oh, os Cullens! - ela disse animada – Não é legal? Fiquei sabendo esta tarde que os pais deles moram aqui agora! É muita sorte nossa e...
–Podemos ir embora? - pedi alarmada.
–O quê? Por quê?
–Não estou me sentindo bem.
–Mas acabamos de chegar! Não podemos ir!
–Desculpa, Jess. Eu tenho que ir. - e sem esperar por ela eu me dirigi à porta e quando estava saindo do bar parei ao ver o Volvo Prata.
E saindo de dentro dele, Edward Cullen.
Nossos olhares se encontraram e foi como se o mundo parasse.


**continua***

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